Armas das famílias (VIII).
Do Tesouro de nobreza (1675):
Confira-se a postagem introdutória no que diz respeito às descrições e aos critérios de edição.
Fólio 47 – 1. Frades; 2. Frielas e Fialho; 3. Gamboas e Caiados; 4. Gaviões; 5. Imperial; 6. Leites; 7. Porras; 8. Pantoja; 9. Pugas; 10. Perdigões; 11. Sepúlvedas; 12. Pegas. |
1. Os Frades trazem "escudo
partido com ũa cruz chã vermelha, firmada nele, sobre ondas de azul e prata, e
o primeiro e último de azul com um besante de prata e o segundo e terceiro de
prata com ũa estrela de púrpura de seis oito pontas; timbre: ũa aspa vermelha com ũa estrela de prata
no meio". Estas armas foram concedidas por Dom Afonso V a Álvaro
Afonso Frade em 1471. Na carta de brasão, descrevem-se assim: "o escudo em
quarteirões, do qual o campo do primeiro quartel é de celestre ou de çafira a
ũu pesante branco ou d'arjante, e do segundo quartel o campo é do pesante em
celestre e nele ũa estrela de púrpura ou amatista; sobre tudo, ũa cruz de golas
ou de robi sobre ũa ponta ondada do primeiro quartel".
2. Os Frielas e Fialhos trazem "em
campo azul três mundos de ouro em roquete e em cada um ũa cruz pátea do
mesmo; timbre: um dos mundos das armas". Coelho converge.
3. Os Gamboas e Caiados trazem "em campo vermelho um elmo de prata, guarnecido d'ouro, entre um lobo de sua cor, armado do mesmo, e lebréu de prata com ũa coleira azul, guarnecida d'ouro, e sobre todo em chefe de ouro três panelas ou folhas de golfão azuis, gotadas de vermelho; timbre: o mesmo lebréu passante". Estas armas foram certificadas pelo rei de armas Portugal a Nuno Caiado em 1506. Na carta de certidão, descrevem-se assim: "um escudo vermelho e, no meio, um elmo de prata, guarnecido de ouro, e da parte direita um lobo da sua cor com sua língua e dentes e macho e da outra parte um lebrel branco com língua e dentes e macho e no chefe três folhas de golfão azuis em campo verde e o lebrel com seu arganel, colar de ouro" (transcrição do visconde de Sanches de Baena no Arquivo heráldico-genealógico, 1872). Portanto, Coelho corrige o esmalte do chefe.
4. Os Gaviões trazem "cinco gaviões de sua cor em campo azul, armados de ouro; timbre: um dos gaviões".
5. Os Imperiais trazem "em
campo de prata ũa pala d'ouro com perfis negros e nela ũa águia imperial com
coroa negra e língua vermelha; timbre: um anjo vestido de branco
azul, escurecido asas de vermelho, com um lírio verde na mão esquerda, florido
de prata, e a mão direita levantada, demonstrante". Coelho é que
diverge.
6. Os Leites trazem "três flores de lis de ouro em campo verde, às quais acrescentaram seus descendentes, por se aparentarem com os Pereiras, ũa cruz de prata vazia pulmelea em campo vermelho, formando o escudo em quartéis; timbre: ũa das cruzes das armas entre dois lírios verdes".
7. Os Porras trazem "em campo de ouro cinco maças de armas azuis em aspa, com os cabos verdes e ũa orla vermelha, semeada de flores de lis de prata; timbre: duas das porras ou maças, atadas com um torçal de ouro em aspa".
8. Os Pantojas trazem em campo de ouro cinco flores de lis azuis, postas em cruz, e uma campanha negra, carregada de três faixas de ouro; timbre: uma flor de lis de ouro entre dois penachos azuis, picados de ouro. Albergaria dá as armas dos Pantojas de Castela: "Quince jaqueles de plata y rojo, a las cuales acrecentaron los Pantojas en medio del escudo azul la cruz roja de Calatrava con perfiles de oro, sirviendo los jaqueles de orla". Coelho tradu-lo fielmente: "Treze jaqueles de prata e vermelho, às quais acrescentaram os Pantojas em meio do escudo azul a cruz vermelha de Calatrava com perfis de ouro, servindo os escaques de orla".
9. Os Pugas trazem "em campo
vermelho duas esporas de ouro de gineta no primeiro e último quartel e em os
outros duas caldeiras de prata; timbre: um braço vestido de vermelho
armado com ũa das caldeiras na mão".
Coelho inverte os quartéis e diverge no timbre.
10. Os Perdigões trazem "em campo de ouro cinco perdigões de sua cor; timbre: um dos perdigões das armas".
11. Os Sepúlvedas trazem "em
campo vermelho ũa oliveira verde com raízes de prata e frutos de ouro antre dois leões de ouro trepantes e no alto duas
estrelas de prata de oito sete pontas;
timbre: meio leão de ouro rompente".
12. Os Pegas trazem "em
campo de prata ũa cabeça de lobo esfolhada, gotada de sangue, entre três
pegas de sua cor em roquete; timbre: ũa das pegas das armas voando".
Coelho converge.
Fólio 48 – 1. Alpoém; 2. Bacelar; 3. Novais; 4. Maciel; 5. Netos; 6. Mouzinhos; 7. Pessoas; 8. Madeiras e Medeiros; 9. Ortiz; 10. Magalhães; 11. Paim e Unhas; 12. Cantos. |
1. Os Alpoins trazem "em
campo de prata um crescente de lua de púrpura prata com as pontas para baixo e ũa bordadura vermelha
com seis crescentes de prata com as pontas para baixo;
timbre: ũa adem de sua cor, com os pés vermelhos e bico d'ouro".
Albergaria corrige-se, tachando e emendando o texto, mas Coelho segue essa
correção apenas no metal do crescente. No mais, ele é que diverge.
2. Os Bacelares trazem "em
campo de ouro um bacelo em um terrado de dois ramos de vides, postos em
pala, retorcidos com quatro cachos de uvas de púrpura; timbre: meio leão salpicado
de ouro com ũa folha de parra na testa". Coelho converge.
3. Os Novais trazem "cinco novelos de prata em campo azul em aspa; timbre: ũa aspa azul com dois novelos nas pontas altas".
4. Os Maciéis trazem um "escudo
partido em pala: o primeiro de prata com duas flores de lis azuis em pala; o segundo de negro com meia águia vermelha
estendida, armada d'ouro; timbre: um dos lírios entre dois ramos de
macieira verdes, fruito de prata".
5. Os Netos trazem um "escudo
partido em pala de vermelho e azul e sobre todo um leão de ouro rompente,
armado de negro; orla de ouro com quatro flores de lis azuis entre quatro
folhas de figueira verdes; timbre: o leão das armas com ũa folha na testa".
6. Os Mouzinhos trazem "em
campo azul ũa banda de prata com três rosas ou moletas vermelhas entre seis
estrelas d'ouro em roquete; timbre: ũa aspa vermelha de prata com ũa das moletas no meio". Coelho converge.
7. Os Pessoas trazem "em
campo azul seis luas de ouro em duas palas; orla negra, cercada de filetes de
ouro, com oito estrelas de prata de cinco oito pontas cada ũa; timbre: um cometa de prata com cinco
raios e um maior que todos". Coelho é que diverge.
8. Os Madeiras e Medeiros trazem "em campo vermelho cinco cabeças de águia d'ouro em aspa; timbre: meia águia vermelha, armada d'ouro".
9. Os Ortizes trazem "em
campo azul um leão sol de ouro com
duas orlas: a primeira de prata, cheia de rosas vermelhas verdes; a segunda composta de escaques de prata e vermelho; timbre:
meio usso azul, armado de prata vermelho,
com ũa rosa de ouro verde na espádua".
Coelho diverge.
10. Os Magalhães trazem "em campo de prata três faixas xaqueladas do mesmo e vermelho; timbre: um abutre pardo e branco, armado de ouro".
11. Os Pains e Unhas trazem um "escudo
franchado de prata e negro e em cima de todo um leão rompente entrecambado do
mesmo e armado de prata e vermelho com semelhante variedade; timbre:
o mesmo leão". Coelho converge.
12. Os Cantos trazem "em campo vermelho meio quadrado de prata em forma piramidal; timbre: o mesmo canto e em cima dele um pombo-torcaz, que está vigiando, com o bico e pés negros".
Fólio 49 – 1. Montarróis; 2. Zuzartes; 3. Zagalos; 4. Quadros; 5. Riba-Frias; 6. Pavias; 7. Raposos; 8. Simões; 9. Franças; 10. Sandes; 11. Azeredos; 12. Toscano. |
1. Os Montarroios trazem "em
campo d'ouro ũa águia vermelha de duas cabeças, armada de prata, sobre
um crescente verde e coroadas de hera com os troços de prata; timbre: duas
cabeças de águia com ũa garganta vermelha, armadas d'ouro a águia".
Estas armas foram concedidas por Dom Afonso V a Fernão Gil de Montarroio em
1450. Na carta de brasão, descrevem-se assim: "ũu escudo d'ouro com ũu
crecente branco e, sobre as pontas dele, ũa águia vermelha, de cabeça partida e
de bicos e pees brancos, com senhas chapeletas d'hera nas cabeças".
Portanto, Coelho diverge nas armas e no timbre ordenado pelo Livro da nobreza e perfeição das armas.
2. Os Zuzartes trazem um "escudo
partido em pala: o primeiro de azul com quatro fivelas de ouro em duas palas; o segundo de
verde com sete espadas de prata, gotadas de sangue, guarnecidas d'ouro; orla
vermelha com seis castelos de ouro em a primeira e em a segunda seis molhos de
troços de sete lanças do mesmo, atadas cada molho com ũa corda d'ouro; timbre:
duas espadas de prata em aspa com as pontas
para baixo, com as guarnições vermelhas e os punhos de ouro, atadas com um torçal verde e na ponta do torçal de ũa
parte pendurada ũa das fivelas das armas". Coelho converge.
3. Os Zagalos trazem "em
campo de ouro dois crescentes de lua e duas estrelas e dois torteaus vermelhos
em duas palas desencontrados; timbre: um leão-pardo d'ouro, armado de
vermelho com ũa das estrelas um dos
torteaus das armas na testa espádua".
Coelho é que diverge.
4. Os Quadros trazem um "escudo
xaquelado de
prata e azul de quatro três peças em
faixa; timbre: meio leão-pardo azul, armado de prata, com um tabuleiro de
xadrez xaquelado de
azul e prata em as mãos".
5. Os Riba-Frias trazem "em campo verde ũa torre de prata, afirmada sobre ondas de água, lavrada de negro, coberta de azulejos de azul e ouro oitavados, antre duas estrelas d'ouro em o alto; timbre: um leopardo azul com ũa das estrelas na espádua". Estas armas foram concedidas por Dom João III a Gaspar Gonçalves de Riba Fria em 1541. Na carta de brasão, descrevem-se assim: "ũu escudo de verde com o pee d'água e nele ũa torre de prata, lavrada de preto e o cuberto exaquetado d'ouro e d'azul, entre duas estrelas d'ouro; elmo de prata aberto, guarnido d'ouro; paquife de prata e verde; e por timbre ũu lião-pardo d'azul com ũa das estrelas na espádoa".
6. Os Pavias trazem um "escudo xaquetado de prata e negro de três peças em faixa e cinco em pala; timbre: meio leão de prata com escaques de negro".
7. Os Raposos trazem um "escudo em frange: o primeiro xaquelado de prata e azul de miúdas peças; o segundo de prata, um crescente de vermelho; e desta sorte os contrários; timbre: um raposo passante de ouro".
8. Os Simões trazem um "escudo
branco com ũa ponta verde e nele um leão negro rompente, gotado de ouro
com unhas e língua vermelha"; timbre: o leão nascente. Albergaria
traduz para o espanhol o brasonamento original: "un escudo blanco con una pinta verde y en él un león negro rompiente,
goteado de oro, con uñas y lengua roja". Estas armas foram
concedidas por Dom Duarte a Gil e Vicente Simões em 1438. Na carta de brasão,
descrevem-se assim: "ũu escudo branco com ũa pinta verde e, em ele, ũu lião
negro rompente, gretado d'ouro, com unhas e língua vermelha". Portanto,
Coelho acerta ao corrigir ponta por pinta, mas aqui erra ao
omiti-la.
9. Os Francas/Franças trazem "em campo de prata quatro palas verdes e sobre todo ũa
banda verde com quatro cinco lisonjas
de prata da distância das palas; timbre: duas alabardas em aspa, os ferros de
sua cor e os cabos verdes, atadas com ũa
cinta vermelha do mesmo e ũa
estrela de prata no alto". Albergaria não compreende que a
banda está entrecambada: "en campo de plata cuatro palas verdes y sobre todo una banda verde con
cuatro lisonjas de plata de la distancia de las palas; y por timbre dos
alabardas en aspa, los hierros de su color, atados con una cinta roja y una
estrella de plata en lo alto". Coelho diverge ainda mais aqui, mas converge
no timbre.
10. Os Sandes trazem "em
campo vermelho um leão de ouro, armado de prata, entre quatro flores de lis do
mesmo, postas em cruz nos cantões; timbre:
meio leão vermelho, armado de prata, com um
dos lírios na cabeça". Coelho é que diverge.
11. Os Azeredos trazem "em campo azul oito coticas de ouro em contrabanda; timbre: meio leão azul, contrabandado de ouro".
12. Os Toscanos trazem "um leão de prata rompente, armado de azul, em campo
vermelho; timbre: o mesmo leão das armas nascente". Coelho é
que diverge.
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