20/06/24

TESOURO DE NOBREZA (XXVI)

Armas das famílias (X).

Do Tesouro de nobreza (1675):

Confira-se a postagem introdutória no que diz respeito às descrições e aos critérios de edição.

Fólio 53 – 1. Alvarengas; 2. Arnaus; 3. Barbudos; 4. Botados; 5. Curvos, Corvachos e Corvos; 6. Cordovil; 7. Castilhos; 8. Cogominhos e Chaves; 9. Carvalhais; 10. Dragos; 11. Escovar; 12. Esteves.
Fólio 53 – 1. Alvarengas; 2. Arnaus; 3. Barbudos; 4. Botados; 5. Curvos, Corvachos e Corvos; 6. Cordovil; 7. Castilhos; 8. Cogominhos e Chaves; 9. Carvalhais; 10. Dragos; 11. Escovar; 12. Esteves.

1. Os Alvarengas trazem "o campo de veiros de prata e azul e três faixas de vermelho; e por timbre um leão vermelho rampante, vestido de veiros".

2. Os Arnaus trazem "em campo de prata seis leões negros rompentes, armados de vermelho, em duas palas; timbre: um dos leões".

3. Os Barbudos trazem "em campo de ouro cinco estrelas vermelhas; e por timbre: dois braços de leão de ouro em aspa com raios vermelhos em as mãos".

4. Os Botados trazem "um escudo esquartelado: ao primeiro e último, as duas águias reais de Sicília batalhantes; e em o segundo e terceiro, três canos de prata, vertendo água, em campo azul; e por timbre meia águia negra, picada de ouro, voando dos peitos para riba".

5. Os Curvos, Corbachos e Corvos trazem "em campo de ouro três corvos negros em roquete; timbre: um dos corvos".

6. Os Cordovis trazem "em campo vermelho ũa oliveira verde com raízes de prata e azeitonas d'ouro em um terrado verde e perto, ao pé dela, um lebréu de prata com ũa coleira azul, guarnecida de ouro, com cordão do mesmo; timbre: outro lebréu semelhante".

7. Os Castilhos trazem "em campo verde um castelo de prata com portas lavradas de negro e em cima da torre do meio ũa flor de lis d'ouro e à porta do castelo dois lebréus passantes de prata com coleiras vermelhas, presas com ũas cadeias de ouro, que saem das bombardeiras do castelo; timbre: um dos lebréus".

8. Albergaria dá aos Cogominhos "cinco llaves de plata en campo rojo; y por timbre dos de las mismas, ligadas en aspa con un torzal rojo" e aos Chaves, "cinco llaves de oro en campo rojo; y por timbre dos dellas, puestas en aspa y atadas con un torzal rojo", o que Coelho traduz fielmente: "cinco chaves de prata em campo vermelho; timbre: duas chaves das armas, postas em aspa, atadas com um torçal vermelho" e "em campo vermelho cinco chaves de ouro; timbre: duas delas em aspa, atadas com um torçal vermelho", mas aqui junta uma linhagem e a outra sob as armas dos Chaves.

9. Os Carvalhais trazem "escudo partido em pala: em o primeiro, um carvalho ou azinheiro verde, rodeado de água, e no segundo, ũa torre de prata, lavrada de negro, assentada sobre água, tudo em campo vermelho; timbre: a torre com um ramo de carvalho, que lhe sai de dentro".

10. Os Dragos trazem "em campo vermelho dois dragos de prata passantes com as cabeças viradas para trás; timbre: um dos dragos".

11. Os Escovares trazem "cinco escovas azuis em campo de prata com cintas vermelhas em os cabos; timbre: um braço vestido de verde azul com ũa das escovas na mão".

12. Os Esteves trazem "em campo de púrpura ũa águia de prata estendida, armada de negro; timbre: a mesma águia". Estas armas foram concedidas por Dom Afonso V a Lopo Esteves em 1471. Na carta de brasão, descrevem-se assim: "ũu escudo de color de púrpura ou d'amatista e ũa águia estendida branca ou de prata com o bico e pernas pretas".

Fólio 54 – 1. Mendanhas; 2. Garros; 3. Esparragosas; 4. Albernaz; 5. Azinhal e Azinheiro; 6. Altero; 7. Badajoz; 8. Alvos; 9. Sernige; 10. Picanços; 11. Cavaleiros; 12. Vila Nova de Mestre Pedro de Vila Nova.
Fólio 54 – 1. Mendanhas; 2. Garros; 3. Esparragosas; 4. Albernaz; 5. Azinhal e Azinheiro; 6. Altero; 7. Badajoz; 8. Alvos; 9. Sernige; 10. Picanços; 11. Cavaleiros; 12. Vila Nova de Mestre Pedro de Vila Nova.

1. Albergaria dá aos Mendanhas "león de negro en campo de plata; orla azul y sobre orla roja y entre ellas cotiza de oro; por timbre, tres saetas de las armas en roquete, atadas con torzal de plata" e adverte que "aquí me parece advertir el yerro en que algunos han caído, dándole por armas las de los Abendaños, linaje noble de Galicia, que son en escudo azul, camisa morisca y tres saetas hincadas en ellas con las astas ensangrentadas". Coelho tradu-lo fielmente: "em campo de prata um leão negro e orla azul e sobre orla vermelha e antre elas cotica de ouro; timbre: três setas em roquete, atadas com torçal de prata" e "aqui me parece advertir o erro em que alguns hão caído, dando-lhe por armas as dos Bendanhos, linhagem nobre de Galiza, que são em campo azul camisa mourisca e três setas fincadas nelas com as hástias ensanguentadas", mas aqui incorre no erro.

2. Os Garros trazem "em campo azul ũa onça d'ouro saltante, armada de negro"; timbre: a onça. Estas armas foram concedidas por Dom Afonso V a Nuno Martins Garro em 1475. Na carta de brasão, descrevem-se assim: "ũu escudo de campo azul e, em o meo, ũa onça d'ouro".

3. Os Esparragosas trazem "em campo azul um castelo uma torre de prata coberta de escaques de prata e negro, lavrada de negro, com portas verdes e um leão de ouro rompente à porta, desarmado; timbre: o castelo com um ramo de esparragueira de ouro florido, que sai da torre". Estas armas foram concedidas por Dom João III a Cristóvão Esteves de Espargosa em 1533. Na carta de brasão, descrevem-se assim: "ũu campo azul e nele ũu castelo de prata, guarnido de preto, com as portas de verde fechadas, e ũu leão d'ouro com a mão nas ditas portas; e elmo de prata aberto, guarnido d'ouro; e por timbre o mesmo castelo com um ramo d'espargueira d'ouro florido na torre da menagem". Portanto, Coelho é que diverge.

4. Os Alvernazes trazem um "escudo esquartelado: o primeiro e último de azul e um ramo de carapeteiro de prata de sete pontas e o segundo e terceiro de prata com o mesmo carapeteiro azul; timbre: um ramo do escudo azul, florido de prata". Coelho converge.

5. Os Azinhais e Azinheiros trazem um "escudo esquartelado: o primeiro e último, em campo de prata ũa azinheira verde; e no segundo e terceiro, em campo de ouro cinco estrelas vermelhas de oito pontas"; timbre: uma das azinheiras.

6. Os Alteros trazem "xaquetado de ouro e vermelho de quatro peças em faixa; timbre: meio leão vermelho rampante, xaquetado d'ouro". Coelho é que diverge.

7. Os de Badajoz trazem "em campo de ouro um São João Batista descalço com capa vermelha e um castelo de prata na mão direita, com frestas e portas, lavrado de negro; timbre: o mesmo castelo".

8. Os Alvos trazem "um leão de ouro rampante em campo azul e ũa barra vermelha com três flores de lis rosas de prata, atravessada por meio do leão; timbre: o mesmo leão com ũa flor de lis na mão duas asas de púrpura, cada uma com uma rosa das armas". No Tesouro da nobreza de Portugal (1783), a banda está perfilada de ouro e as asas, pintadas de vermelho.

9. Os Serniges trazem um "escudo azul de prata, um monte de ouro de seis cabeças com três ramos verdes, floridos de vermelho, e no alto dele um perfil que o divide um chefe azul com um banco vermelho de quatro pés entre três flores de lis de ouro; timbre: ũa cabeça de dragão verde, picada d'ouro, com um coração vermelho entre os dentes, gotado de sangue". Estas armas foram confirmadas por Dom Manuel I a Jerônimo Sernige em 1515. Na carta de brasão, descrevem-se assim: "escudo de prata com seis montes de terra e no maior monte e nos dos cabos três ervas verdes, picadas d'ouro, e em cada erva ũa frol vermelha de cinco folhas e ũu chefe azul com três frores de lis d'ouro e ũu labeo vermelho, perfilado d'ouro, com quatro pendentes; elmo de prata aberto; paquife de prata e vermelho e verde; e por timbre o pescoço de ũa serpe verde, picado d'ouro, e na boca ũu coração vermelho". Portanto, houve mau entendimento tanto por parte de Albergaria como de Coelho.

10. Os Picanços trazem "ũa moreira verde em campo de prata; timbre: um picanço de sua cor, negro, sobre a mesma árvore".

11. Os Cavaleiros trazem "em campo vermelho um leão d'ouro pardo e um chefe de azul com três flores de lis d'ouro"; timbre: um leão nascente de ouro com uma das flores de lis na espádua.

12. Estas armas foram concedidas por Dom João III a Pedro de Vila Nova em 1538. Na carta de brasão, descrevem-se assim: "um escudo de verde com ũa bicha per nome tiro com a língua de vermelho e o rabo revolto pera cima, com os pés e picado d'ouro; elmo de prata çarrado e guarnido d'ouro; paquife d'ouro e de verde; e por timbre o meio tiro".

Fólio 55 – 1. Bocarro; 2. Torneios; 3. Baleatos; 4. Brandão de Duarte Brandão; 5. Pinheiros de Andrade; 6. Aragões; 7. Áustrias de André Rodrigues de Áustria; 8. Vermudes; 9. Colaço; 10. Caldas; 11. Trancosos; 12. El-Rei de Congo, dadas por el-Rei Dom Manuel.
Fólio 55 – 1. Bocarro; 2. Torneios; 3. Baleatos; 4. Brandão de Duarte Brandão; 5. Pinheiros de Andrade; 6. Aragões; 7. Áustrias de André Rodrigues de Áustria; 8. Vermudes; 9. Colaço; 10. Caldas; 11. Trancosos; 12. El-Rei de Congo, dadas por el-Rei Dom Manuel.

1. Albergaria menciona os Bocarros e dá as suas armas no apêndice, que Coelho não traduz: "en campo de plata, cruz roja y en medio un rostro en un escudillo de plata y orla roja". Por timbre, a cabeça.

2. Albergaria menciona os Torneios e dá as suas armas no apêndice, que Coelho não traduz: "cinco espadas de plata con las guarniciones y los puños de oro en campo azul rojo". Por timbre, um braço armado, empunhando uma das espadas. Coelho converge.

3. Albergaria menciona os Baleatos e dá as suas armas no apêndice, que Coelho não traduz: "en campo de plata azul, torre azul de plata entre dos venablos verdes, hierros de su color, y al pie de la torre dos ballenatos sobre agua". Por timbre, um dos baleatos. Coelho é que diverge.

4. Os Brandões de Duarte Brandão trazem um "escudo azul, duas serpes de ouro, armadas de vermelho, pescoços e rabos liados um com outro, batalhantes; e timbre: meio cavalo uma das serpes voante". Coelho converge.

5. Os Pinheiros de Andrade trazem "os cinco pinheiros (dos Pinheiros) e no alto do escudo um chefe com as armas dos Freires de Andrade"; timbre: uma das cabeças de serpe com um dos pinheiros, que lhe sai pela boca.

6. Os Aragões trazem de ouro com quatro palas de vermelho; timbre: um leão de púrpura, armado e lampassado de vermelho. São, na verdade, as armas antigas dos Limas.

7. Os Áustrias de André Rodrigues trazem um "escudo partido em pala: o primeiro de ouro com ũa meia águia negra estendida, armada de vermelho; o segundo de vermelho com duas faixas de prata; e timbre: ũa cabeça e garganta de águia, pico de ouro e língua vermelha um cavalo nascente de vermelho". Coelho é que diverge.

8. Os Bermudes trazem um "escudo partido em pala com sete redomas de ouro cobertas em campo vermelho à parte direita e na outra xaqueles de verde e ouro ouro e verde de cinco peças em faixa; timbre: um leão nascente vermelho com ũa redoma na mão direita". Coelho converge.

9. Os Colaços trazem um leão de ouro, armado e lampassado de azul, em campo vermelho; timbre: o leão.

10. Albergaria menciona os Caldas e dá as suas armas no apêndice, que Coelho não traduz: "Cinco cipreses verdes en campo de plata". Por timbre, um dos ciprestes.

11. Os Trancosos trazem "em campo azul dois troncos de ouro postos em santor; timbre: um braço armado com um dos troncos em a mão".

12. Estas armas foram dadas por Dom Manuel I a Dom Afonso, rei do Congo. Não se conhece carta de brasão, mas João de Barros relata o fato em Ásia (1552, década I, livro III, capítulo X) e as descreve assim: "uma cruz branca de prata florida em campo vermelho e o chefe do escudo azul e em cada canto do chefe duas vieiras d'ouro, por memória do apóstolo Santiago, e o pé de prata, com mais um escudo dos cinco de Portugal, que é azul com cinco visantes de prata em aspa etc.". No Códice BNP 1118, Albergaria esboça-as e brasona-as como segue: "escudo vermelho, cinco braços armados de prata com mãos de sua cor encarnada e as espadas em elas de prata, cabos d'ouro; chefe azul com ũa cruz no meio pulmelea e nos extremos do chefe, de cada parte, duas vieiras de ouro; e no fundo do escudo um mantelado em triângulo branco com um escudo das armas de Portugal [e] dous ídolos de preto sobre suas peanhas. Por timbre, sobre a coroa d'ouro cinco braços armados com cinco espadas". Coelho parece não ter entendido vários aspectos deste brasão: faz quatro dos braços moventes dos flancos, apontando as espadas ao centro; omite o que Albergaria chama de "mantelado em triângulo branco" e que é, na verdade, um embutido de prata em ponta, pondo o escudete e os ídolos sobre água; faz estes inteiros e pinta-os de ouro; no chefe, a cruz é uma simples cruz solta; por timbre, passa dois dos braços armados em aspa, cada um empunhando a sua espada.

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