14/06/24

TESOURO DE NOBREZA (XXIII)

Armas das famílias (VII).

Do Tesouro de nobreza (1675):

Confira-se a postagem introdutória no que diz respeito às descrições e aos critérios de edição.

Fólio 44 – 1. Barrosos; 2. Carvalhos; 3. Vales; 4. Oliveiras; 5. Lobeiras; 6. Garcês; 7. Lobia Galego; 8. Portocarreiros; 9. Bandeiras; 10. Campos; 11. Privados; 12. Fróis.
Fólio 44 – 1. Barrosos; 2. Carvalhos; 3. Vales; 4. Oliveiras; 5. Lobeiras; 6. Garcês; 7. Lobia Galego; 8. Portocarreiros; 9. Bandeiras; 10. Campos; 11. Privados; 12. Fróis.

1. Os Barrosos trazem "cinco leões de prata em campo vermelho e em cada um duas faixas de púrpura, xaquetadas de ouro; e por timbre um leão das armas". Coelho é que diverge.

2. Os Carvalhos trazem "em campo azul ũa estrela de ouro de sete oito pontas antre ũa caderna de crescentes de prata; timbre: um cisne de sua cor com a estrela no peito, armado de ouro". Coelho converge.

3. Os Vales trazem "em campo vermelho três espadas de prata em pala com as pontas para baixo, cabos de ouro e punhos de prata do mesmo; timbre: as três espadas das armas, enfeixadas e atadas com um listão vermelho".

4. Os Oliveiras trazem "em campo vermelho ũa oliveira verde com raízes de prata e fruto de ouro; timbre: a mesma oliveira das armas".

5. Os Lobeiras trazem "em campo de ouro cinco flores de lis azuis em aspa; orla vermelha verde com cinco lobos passantes de ouro; timbre: um dos lobos das armas com ũa flor de lis na espádua". Coelho converge.

6. Os Garceses trazem "em campo azul ũa garça de ouro, recatando-se entre quatro estrelas d'ouro, que ficam através do escudo, como faixa; timbre: a mesma garça". Estas armas foram concedidas por Dom Afonso V a João Garcês em 1481. Na carta de brasão, descrevem-se assim: "E as armas são ũa garça d'ouro em campo azul e esta recatando-se, posta dereita ao longo do escudo, que se chama no blasão em pala, antre quatro estrelas d'ouro, que ficam através do escudo, como faixa, e ao longo também, em pala". Como se percebe, Albergaria leu essa carta ou cópia dela, mas erra ao abreviar o brasonamento, pois por "através do escudo, como faixa, e ao longo também, em pala" se entende precisamente que as estrelas ficam acantonadas.

7. Albergaria menciona os Lobias e dá as suas armas no apêndice, que Coelho não traduz: "En campo azul, cruz de oro llana entre cuatro corderos de plata y uno rojo en medio de la cruz. Por timbre, uno dellos" (está tachado "roja, fija en el escudo, perfilada de oro, y cinco").

8. Os Portocarreiros trazem um "escudo de xaqueles, oito seis de ouro e sete seis negros; timbre: um cavalo nascente de ouro, bridado de púrpura, as cabeçadas e correias". De fato, o número de pontos varia de uma fonte para outra.

9. Os Bandeiras trazem "em campo vermelho ũa bandeira de prata com perfil e hástia de ouro e em ela um leão negro azul; timbre: a mesma bandeira". Estas armas foram concedidas por Dom João II a Gonçalo Pires Bandeira em 1483, mas não estão descritas na carta de brasão. Anselmo Braamcamp Freire na Armaria portuguesa (1908) segue o Tesouro da nobreza de Portugal (1783), onde se pinta a bandeira de ouro, o perfil e a haste de prata e o leão de azul, armado e lampassado de vermelho.

10. Os Campos trazem "três cabeças de leões de ouro em roquete em campo azul, armadas de vermelho e cortadas em sangue; timbre: ũa das cabeças das armas". Estas armas foram concedidas por Dom Afonso V a Gonçalo Vaz de Campos em 1465. Na carta de brasão, descrevem-se assim: "ũu escudo todo de campo azul e dentro em ele três cabeças de liões d'ouro, com as línguas vermelhas e arrancamentos vermelhos".

11. Os Privados trazem "quatro bandas vermelhas em campo d'ouro; e por timbre um grifo passante de ouro, armado de vermelho com as asas d'ouro". Coelho é que diverge.

12. Os Fróis trazem "em campo azul três crescentes de lua d'ouro em roquete apontados; timbre: ũa pomba de ouro ou de prata com o bico e os pés vermelhos e um ramo de ouro no bico, florido de azul". Coelho é que diverge.

Fólio 45 – 1. Barejola e Barregão; 2. Pinas de Aragão e Carreiros; 3. Pestanas; 4. Teles e Telos; 5. Meneses; 6. Carregueiros; 7. Botelhos; 8. Carrilho; 9. Reinéis e Reinoso; 10. Fazenda de João Afonso da Fazenda; 11. Chacim e Pechim; 12. De la Torre.
Fólio 45 – 1. Barejola e Barregão; 2. Pinas de Aragão e Carreiros; 3. Pestanas; 4. Teles e Telos; 5. Meneses; 6. Carregueiros; 7. Botelhos; 8. Carrilho; 9. Reinéis e Reinoso; 10. Fazenda de João Afonso da Fazenda; 11. Chacim e Pechim; 12. De La Torre.

1. Os Varejolas e Barregães trazem "em campo verde quatro lisonjas d'ouro em pala antre seis flores de lis do mesmo; timbre: ũa aspa verde com quatro lisonjas de ouro em as pontas e ũa flor de lis do mesmo no meio".

2. Aos Pinas Albergaria dá "en campo rojo, banda de oro entre dos pinos verdes con las raíces de plata y frutos de oro y sobre la banda un león azul, armado de negro; y por timbre una cabeza de león de oro con un pino de las armas, que le sale por la boca" e aos Carreiros, "en campo de plata una banda azul entre dos pinos verdes, floridos de oro; y por timbre medio león con un ramo de pino en las manos". Coelho tradu-lo fielmente: "em campo vermelho ũa banda de ouro entre dois pinheiros verdes com as raízes de prata e sobre a banda um leão azul, armado de negro; timbre: ũa cabeça de leão de ouro com um dos pinheiros das armas, que lhe sai pela boca" e "em campo de prata ũa banda azul entre dois pinheiros verdes, floridos d'ouro; e por timbre meio leão com um ramo dos pinheiros nas mãos". Contudo, aqui o rei de armas conjuga as armas dos Carreiros e o timbre dos Pinas.

3. Os Pestanas trazem "em campo de prata três faixas vermelhas; timbre: um leão passante de prata, armado de vermelho, com faixa do mesmo". Coelho converge.

4. Os Telos e Teles trazem esquartelado: o primeiro e quarto de ouro liso (Meneses); o segundo e terceiro, de prata com um leão de púrpura, armado e lampassado de vermelho (Silva); timbre: o leão.

5. Os Meneses trazem um "escudo de ouro e nele ũa torta com um anel quase encoberto com um rubi; timbre: ũa donzela vestida de brocado, cabelos soltos, e na mão direita o anel de ouro com o rubi entre os dedos polegar e anular, como que o mostra, e na esquerda com o escudo de ouro, pendurado de um cordão de púrpura". Aqui Coelho parece não ter entendido Albergaria, que diz "un escudo de oro y en él una como torta, con una sortija cuasi encubierta con un rubí", já que de fato desenha uma torta, quando essa palavra quiçá refira a uma arruela ('torteau'). Coelho acrescenta ao texto: "E assi, conforme à armaria, não pode ser trazerem os desta linhagem escudo de ouro chão, sem nada dentro, porque seria corpo sem alma, que é mesmo que cadáver".

6. Os Carregueiros trazem "esquartelado: o primeiro e último, em campo verde ũa águia de ouro estendida; e o segundo e terceiro de vermelho com ũa flor de lis de ouro; timbre: a mesma águia das armas com ũa flor de lis nos peitos". Coelho inverte os quartéis, mas converge no timbre.

7. Os Botelhos trazem "quatro bandas vermelhas em campo de ouro; timbre: meio leão rapante de ouro com as mesmas bandas".

8. Os Carrilhos trazem "em campo azul cinco flores de lis de ouro em aspa; timbre: ũa raposa de ouro, armada de azul".

9. Os Reinóis e Reinosos trazem em campo de prata uma cruz florenciada vermelha e vazia e uma bordadura composta de prata e púrpura; timbre: um lebréu nascente negro, coleirado de vermelho.

10. Os Fazendas trazem em campo vermelho um cardo verde, arrancado e florido de prata, encerrado num cordão de São Francisco do mesmo, posto em orla; timbre: o cardo.

11. Os Chacins e Pechins trazem "escudo arminhado, banda vermelha, acoticada de prata arminhos; e por timbre um porco javali de sua cor com faixa de arminhos". Coelho diverge nas armas e converge no timbre.

12. Os de La Torre trazem "em campo vermelho ũa torre de prata, lavrada de negro, sobre um lago azul, ondado do mesmo, com duas dois cabeças de lebréus de ouro inclinados dela, moventes dos flancos; timbre: a mesma torre".

Fólio 46 – 1. Sacotos de Gonçalo Mendes; 2. Coutos; 3. Bicudo; 4. Lousada; 5. Reimondos; 6. Santarém; 7. Ourém; 8. Martim Vaz, Rei d’Armas; 9. Trigueiro; 10. Couceiros; 11. Andrada; 12. Baarém.
Fólio 46 – 1. Sacotos de Gonçalo Mendes; 2. Coutos; 3. Bicudo; 4. Lousada; 5. Reimondos; 6. Santarém; 7. Ourém; 8. Martim Vaz, Rei d'Armas; 9. Trigueiro; 10. Couceiros; 11. Andrada; 12. Baarém.

1. Os Sacotos de Gonçalo Mendes trazem "escudo esquartelado: no primeiro e último, ũa azinheira verde em campo de prata; e nos demais, as estrelas vermelhas de oito pontas, postas em cruz; e um chefe de ouro com quatro cabeças de mouros cortadas em sangue e toucadas de prata e azul; e por timbre um braço armado de ouro com ũa das cabeças pendurada pela touca a azinheira". Estas armas foram concedidas por Dom João III a Gonçalo Mendes Sacoto em 1538. Na carta de brasão, descrevem-se assim: "o campo escartelado: ao primeiro, de prata com ũa árvore verde; e ao segundo, d'ouro com cinco estrelas de vermelho em cruz; e um chefe d'ouro com quatro cabeças de mouros cortadas em vermelho, toucadas de prata e d'azul; elmo de prata aberto, guarnido d'ouro; paquife d'ouro e d'azul e vermelho; e por timbre um braço armado d'ouro, que tem ũa das cabeças pela fota". Portanto, Coelho diverge.

2. Os Coutos trazem "em campo vermelho ũa torre coberta de prata, lavrada de negro, fundada sobre um monte verde; timbre: a mesma torre". Estas armas foram concedidas por Dom João III a Álvaro do Couto em 1536. Na carta de brasão, descrevem-se assim: "ũu escudo vermelho com ũu castelo de prata, guarnido de preto e as portas e frestas de verde e o pee do escudo ondado de prata e azul; elmo de prata sarrado, guarnido d'ouro; paquife de prata e vermelho; e por timbre o mesmo castelo". Portanto, Coelho diverge.

3. Os Bicudos trazem em campo verde um rio de prata e azul em faixa entre três bicudos de prata, bicados e membrados de vermelho, e um carneiro de prata, armado de ouro; timbre: um dos bicudos. Albergaria menciona-os no apêndice, mas não dá as suas armas.

4. Os Lousadas trazem "escudo de prata e nele dous lagartos verdes, que saem de antre lousas de púrpura sua cor"; timbre: um braço armado de prata, agarrando um dos lagartos. Coelho é que diverge.

5. Os Reimondos trazem um "escudo esquartelado: ao primeiro e quarto, de azul com ũa flor de lis de prata; e o segundo e terceiro de prata com um pinheiro verde; timbre: um peixe reimão de cor amarela com um ramo de pinheiro atravessado na boca uma coroa de ouro". Coelho é que diverge.

6. Albergaria menciona os Santaréns no apêndice, que Coelho não traduz: "escudo a cuartel: en el primero y último, león de plata rompiente, armado de rojo, en campo negro; y en los demás, tres palas de oro en campo rojo; y por timbre el mismo león con una pala roja en el costado". Coelho converge.

7. Os Ouréns trazem "em campo de prata ũa águia negra estendida, armada de vermelho; timbre: a mesma águia das armas". Coelho é que diverge.

8. Albergaria menciona os Vazes de Martim Vaz no apêndice, que Coelho não traduz: "escudo partido en pala: en el primero de oro con media águila roja; el segundo azul con tres palomas de plata, alas extendidas y extremos rojos; timbre: una cabeza de león rojo, que sale de una guirnalda de dos plumas de pavón de oro".

9. Os Trigueiros trazem um "escudo esquartelado: ao primeiro e último, em campo verde cinco espigas de trigo de ouro; ao segundo e terceiro, em campo vermelho ũa faixa de prata; timbre: um pássaro trigueiro de sua cor com ũa espiga no bico".

10. Os Couceiros trazem "três couceiras de ouro entre dous leões em campo azul"; timbre: um leão nascente azul, armado de vermelho, com uma das couceiras na mão. Albergaria menciona-os no apêndice, mas não dá as suas armas. Coelho remete-se ao Livro da nobreza e perfeição das armas: "Assi estão no livro de armaria da Torre do Tombo". Para Anselmo Braamcamp Freire na Armaria portuguesa (1908), estas são as armas antigas desta linhagem, ao passo que as modernas carregam os leões.

11. Albergaria menciona os Andradas no apêndice, que Coelho não traduz: "en escudo de oro plata una banda roja, que sale de dos cabezas de sierpes de plata, armadas del segundo y matizadas de verde, con dos calderas jaqueladas de oro y plata, guarnecidas del primero, con las cabezas en las puntas de los aros; por timbre, una de las cabezas". Coelho diverge de si mesmo nas Advertências.

12. Os Baaréns trazem "em campo vermelho a cabeça do rei mouro cortada em sangue, toucada de prata, com coroa d'ouro em cima, a qual pôs no primeiro quartel de seu escudo; e em os demais, as de sua família, que são Correias, Motas e Teixeiras; e por timbre um braço armado com a cabeça do rei, pendurada na mão". Estas armas foram concedidas por Dom João III a Antônio Correia em 1540. Na carta de brasão, descrevem-se assim: "o campo escartelado: ao primeiro, de vermelho e a cabeça do rei, cortada em sangue, foteada de prata, com sua coroa d'ouro; e ao seu contrairo, escartelado: ao primeiro, d'azul e ũa cruz pátea e vazia; e ao segundo de verde e cinco frol-de-lises d'ouro em aspa; e assi a seus contrairos; e ao segundo de todo o escudo, de vermelho e ũa águea de preto estendida com as mãos e bico d'ouro, com ũu escudo d'ouro, fretado de vermelho, que lhe cobre todo o corpo, salvo a cabeça e mãos e as pontas das asas e o rabo; e assi ao seu contrairo; elmo de prata aberto, guarnido d'ouro; paquife d'ouro e vermelho e azul; e por timbre ũu braço armado, que tem a cabeça na mão pela fota".

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