Armas das famílias (XI).
Do Tesouro de nobreza (1675):
Confira-se a postagem introdutória no que diz respeito às descrições e aos critérios de edição.
Fólio 56 – 1. Proenças; 2. Galhardos; 3. Tourinhos; 4. Pegados; 5. Cirnes; 6. Barbanças; 7. Arcos; 8. Boteto; 9. Refoios; 10. Pretos; 11. Castanheiras; 12. Rodrigues de Martim Rodrigues. |
1. Os Proenças trazem "escudo partido em pala: o primeiro, águia negra de duas cabeças, armada d'ouro, em campo verde; o segundo, em campo azul cinco flores de lis de ouro em aspa; timbre: meia águia das armas com ũa só cabeça e bicada de ouro".
2. Os Galhardos trazem "em
campo vermelho um leão-pardo de ouro passante com ũa flor de lis do mesmo na
cabeça, posta no alto; timbre: o mesmo leão".
3. Os Tourinhos trazem "em campo verde um touro passante vermelho, cornos de prata e unhas d'ouro; timbre: o mesmo touro".
4. Os Pegados trazem "campo
de ouro com quatro coticas vermelhas em banda; timbre: três setas em roquete,
atadas com um cordel vermelho, hástias de ouro e ferros de prata e penas
vermelhas".
5. Os Cirnes trazem "em campo
de prata um cirne branco sobre água e um chefe de azul com sete três estrelas d'ouro de oito pontas; timbre: o mesmo cirne
das armas". Coelho é que diverge.
6. Os Barbanças trazem "em campo de ouro cinco escudinhos vermelhos em aspa; timbre: meia águia de ouro, armada de vermelho, com um escudinho das armas nos peitos".
7. Os Arcos trazem "em campo de ouro um sagitário, a parte de cavalo de negro, arco vermelho em a mão esquerda, seta de prata e ferro de sua cor, com a corda e penas verdes, como que quer tirar, e ele nu, de cor de homem; timbre: o mesmo". Estas armas foram concedidas por Dom João II a João Fernandes do Arco em 1485. Na carta de brasão, descrevem-se assim: "em este escudo, do qual escudo é o campo d'ouro e nele ũu sagitário, a saber, a metade que é homem branco e a metade que é cavalo preto, e o arco de metades, a saber, a costa de prata e o de dentro dele vermelho, com as empolgueiras negras e a corda de prata e a frecha verde e branca e o ferro preto". Portanto, pouca divergência.
8. Os Botetos trazem um "escudo esquartelado: ao primeiro e último dos Meneses e nos outros dos Barretos; timbre: meio mouro vestido de ouro, forrado de arminhos e toucado de prata; barba larga, meios braços nus e na mão direita ũa pedra, como que tira com ela".
9. Os Refoios trazem "em campo de prata quatro palas vermelhas; timbre: dois pés de águias de ouro com um bastão de prata entre quatro penachos vermelhos".
10. Os Pretos trazem "escudo esquartelado: o primeiro composto de seis palas de ouro e azul; o segundo xaquetado de ouro e azul de seis peças em faixa; timbre: um braço de negro nu com um bastão de ouro na mão".
11. Os Castanheiras trazem "em campo vermelho três bandas de arminhos; e timbre: dois ramos de castanheiro em aspa com os ouriços de ouro".
12. Os Rodrigues de Martim Rodrigues trazem "em campo de ouro cinco flores de lis vermelhas em aspa e no alto do escudo ũa cruz do mesmo, vazia e florida em campo vermelho; timbre: meio leão rompente de ouro, armado de vermelho, com ũa das flores de lis na espádua".
Fólio 57 – 1. D'Outiz; 2. Revaldo; 3. Serras; 4. Lúcios; 5. Nobres; 6. Afonsos de Jorge Afonso; 7. Varejão; 8. Dutras; 9. Tições; 10. Guerreiros; 11. Alarcão; 12. João de Figueiredo. |
1. Os de Outiz trazem "em
campo de ouro seis tortas ou roeles vermelhos em duas palas; timbre: ũa cabeça de drago de
ouro vermelha, armada do mesmo, com
ũa das ruelas na testa". Coelho converge.
2. Os Revaldos trazem "um
grifo passante de ouro negro, rajado de negro ouro, em campo azul; timbre: o mesmo grifo das armas".
Coelho converge.
3. Albergaria menciona os Serras e dá as suas armas no
apêndice, que Coelho não traduz: "en campo rojo, torre de plata con tres entre dos cabezas de
sierpe en lo alto movientes de los flancos, entre un árbol y una flor de lis de oro asentada en un
monte verde; y por timbre un brazo vestido de
rojo con espigas en la mano". Anselmo Braamcamp Freire na Armaria portuguesa (1908) segue Coelho.
4. Os Lúcios trazem "em campo
azul ũa ribeira de prata em banda, pela qual sobe um peixe lúcio de sua cor,
entre dois leões de ouro, armados de vermelho azul, batalhantes; timbre: um dos leões das armas com o peixe
na mão". Coelho faz a água escorrendo para as bocas dos leões, que a
bebem.
5. Os Nobres trazem em campo vermelho uma torre de prata, assente num mar do mesmo e azul, e uma cabeça de mouro toucada de prata e vermelho, boiando junto à porta; timbre: um braço armado de prata com a mão agarrando uma cabeça do mesmo pelo cabelo.
6. Albergaria menciona os Afonsos de Jorge Afonso e dá as
suas armas no apêndice, que Coelho não traduz: "Escudo partido en pala: en el primero,
una torre de plata, labrada de negro, en campo verde y, sobre ella, media
águila negra de dos cabezas extendida con los picos de oro; en el
segundo, león rojo en
campo de plata". Por timbre: o leão nascente. Coelho converge.
7. Albergaria menciona os Varejões e dá as suas armas no
apêndice, que Coelho não traduz: "En campo azul rojo, castillo de plata sobre agua, entre dos estrellas de seis cinco puntas y en lo alto una bandera de plata; un brazo azul armado de plata, que sale por una tronera, con un tronco de oro su
color en la mano; y por timbre el mismo brazo".
Braamcamp segue Coelho, mas dá seis raios às estrelas.
8. Os Dutras trazem "em campo
azul três besantes d'ouro em roquete e em cada um três gotas negras; timbre: um
abutre de sua cor, armado de ouro". Coelho é que diverge.
9. Os Tições trazem em campo azul uma torre coberta de prata, firmada em ponta e carregada de dois tições acesos de sua cor junto à porta; timbre: um braço vestido de azul com a mão empunhando um dos tições.
10. Os Guerreiros trazem em campo vermelho um leão de ouro, empunhando uma espada levantada de prata, guarnecida e empunhada de ouro; timbre: um braço armado de prata, empunhando a espada.
11. Os Alarcões trazem "em
campo vermelho ũa cruz de ouro hueca, floretada, e por orla em campo vermelho
azul oito aspas d'ouro; timbre: a cruz
um leão nascente vermelho". Coelho converge.
12. "Os descendentes de João de Figueiredo trazem por acrescentamento a suas armas em campo azul ũa torre de prata, guarnecida de negro, com portas e frestas vermelhas e quatro bandeiras de prata, em cada ũa sua cruz de Cristo, levantadas sobre a torre. E por timbre a mesma torre". Estas armas foram concedidas por Dom João III a João de Figueiredo em 1528. Na carta de brasão, descrevem-se assim: "o campo meo partido em pala: o primeiro d'azul e ũa torre de prata com as portas e frestas lavradas de vermelho e com quatro bandeiras de Cristos, com as varas d'ouro, em cada canto sua; e a outra parte de vermelho com cinco folhas de figueira verdes, perfiladas d'ouro, em aspa; elmo de prata aberto; paquife de prata e azul e d'ouro e vermelho; e por timbre a mesma torre com as bandeiras".
Fólio 58 – 1. Couros; 2. Botafogo; 3. Do Pó; 4. Azinhal; 5. Espíndolas; 6. Soares de Toledo; 7. Contreiras; 8. Duarte Pacheco; 9. Da Grã; 10. Tibaus; 11. Nicolau Coelho; 12. Patalim. |
1. Os Couros trazem um "escudo
de prata, gotado de sangue, e nele ũa serpe de sua cor, ferida nos
peitos, envolta em dois braceletes azuis, postos em aspa, mordendo em um deles;
timbre: meio braço vestido de azul e na mão ũa manopla com ũa cabeça e garganta
de serpe, cortada em sangue". Coelho converge.
2. Os Botafogos trazem uma torre de prata, lavrada, aberta e iluminada de negro, lançando fogo pelas frestas; timbre: a torre.
3. Os do Pó trazem "em campo
de prata um leão de púrpura, armado de vermelho e agachado para saltar com o rabo revolto entre as pernas; orla
vermelha com oito aspas de prata; timbre: o mesmo leão das armas com ũa aspa
na espádua". Coelho converge.
4. Os Azambujais (e não Azinhais) trazem "em campo de prata um azambujeiro ou azambuja de sua cor
com o pé azul e ũa adarga de ouro vermelha, guarnecida de vermelho ouro,
pendurada na árvore; timbre: um ramo do azambujeiro". Estas armas
foram concedidas por Dom João III a Gaspar Pacheco do Azambujal em 1554. Na
carta de brasão, descrevem-se assim: "ũu escudo de prata com ũu azambujeiro
de sua cor, afirmado em ũu pee d'azul, e no tronco dele, pendurada, ũa adarga
d'ouro, guarnida de vermelho; elmo de prata sarrado, guarnido d'ouro; paquife
de prata e verde e ouro e azul; e por timbre ũu ramo do mesmo azambujeiro".
Portanto, Coelho é que diverge.
5. Os Espíndolas trazem "em
campo de ouro ũa faixa xaquetada de prata e
vermelho pelo largo e sobre ela ũa espínola
ou barrena vermelha,
à maneira de flor de lis; e por timbre um ramo de espinhas vermelho,
florido de verde uma águia nascente negra, coroada de ouro". Coelho
converge nas armas e diverge no timbre.
6. Os Soares de Toledo trazem "em
campo vermelho duas almarraxas ou albarradas de ouro de duas asas cada ũa,
cheias de açucenas brancas abertas, entre ũa banda de ouro, que sai de duas
cabeças de serpes do mesmo, armadas de azul vermelho; timbre: ũa delas". Coelho é que diverge.
7. Os Contreiras trazem três palas azuis em campo de prata; timbre: uma aspa azul.
8. Os Pachecos de Duarte Pacheco trazem um "escudo vermelho e nele cinco coroas de ouro em quina;
orla branca, ondeada de azul, verde
com oito castelos cobertos de madeira
verdes ouro, armados em água sobre dois
um navios rasos cada um; cercam
este escudo sete estandartes mouriscos por troféu, três dois vermelhos, dois brancos amarelos e dois azuis, um azul, um de púrpura e um
branco; timbre: um castelo do mesmo com ũa das
bandeiras alvorada". Segundo Damião de Góis na Crônica do felicíssimo rei Dom Emanuel (1566-67, primeira parte, capítulo 100), estas
armas foram concedidas pelo rei de Cochim a Duarte Pacheco em 1504. Na carta de
brasão, que o cronista copia, descrevem-se assim: "um escudo vermelho, por
sinal de muito sangue que dos de Calecut derramou nesta guerra, e dentro nele
lhe dou cinco coroas d'ouro em quina, por sinal de cinco reis que nela
desbaratou, e a bordadura deste escudo lhe dou branca com ondas azues e oito
castelos nela, de madeira verdes, armado n'ágoa, sobre dous navios rasos cada
castelo, por duas vezes que o combateram com estes oito castelos e d'ambas os
desbaratou; dou-lhe sete bandeiras de ponta ao derredor deste escudo, três vermelhas
e duas brancas e duas azues, por sete combates que lhe el-rei de Calecut deu em
pessoa e em todos sete o desbaratou e por sete bandeiras que lhe tomou das
mesmas cores e feição; e dou-lhe um elmo de prata aberto, guarnecido d'ouro e
vermelho; e por timbre um castelo do mesmo teor e nele ũa bandeira vermelha de
ponta". Portanto, Coelho é que diverge.
9. Os da Grã trazem "em campo de ouro ũa águia vermelha estendida; timbre: a mesma águia".
10. Os Tibaus trazem "em
campo vermelho ũa árvore verde com raízes de prata e dous leões de ouro
trepantes; timbre: um dos leões com um ramo da árvore nas mãos". Coelho
é que diverge.
11. Os Coelhos de Nicolau Coelho trazem "em campo de vermelho um leão de ouro rompente,
armado de azul, com um pé n'água, entre duas
colunas de prata, que estão sobre montes verdes, e em cada ũa um escudinho azul
com as cinco quinas de Portugal e ao pé do escudo o mar com ũa duas naus; timbre: meio
leão de ouro azul, armado de vermelho,
com ũa das colunas nas mãos". Coelho é que diverge.
12. Os Patalins trazem um "escudo franchado: o primeiro de ouro com quatro palas
cinco faixas azuis; o segundo de vermelho
com um castelo de ouro de prata; e
assi aos contrários; timbre: um dos castelos das armas". Coelho é que diverge.
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