Armas das vilas de Portugal que tinham assento nas Cortes.
Do Tesouro de nobreza (1675):
Sem dúvida, este é o melhor capítulo do Tesouro, porque nele Francisco Coelho se afastou de duas práticas que afetaram a sua obra: pesquisou por si mesmo em vez de se apegar tanto às fontes; operou livremente com um critério razoável em vez de forçar o enquadramento do conteúdo no espaço do livro.
No primeiro tópico, o padre Antônio Soares de Albergaria, cujos estudos (Códice BNP 1118) embasaram o trabalho de Coelho, conseguiu de fato abranger as armas das cidades continentais e de boa parte das ultramarinas (confiram-se as postagens antecedente e de 15/05), mas das vilas dá apenas as armas de Ponte de Lima, Santarém, Guimarães, Estremoz, Castelo Branco e mais três dessa região, donde era natural: Penamacor, Belmonte e Sertã.
No segundo, Coelho, sabendo que não alcançaria todas as vilas, foi muito feliz ao se ter cingido àquelas que tinham assento nas Cortes do Reino. Com efeito, os ajuntamentos das Cortes que se vinham celebrando desde a Restauração podem ter sugerido esse critério ao rei de armas Índia e lhe propiciado o meio de colher informações sobre as insígnias desses municípios, já que nelas os oficiais de armas serviam de cerimoniários.
Embora as Cortes tenham evoluído para os parlamentos atuais após a Revolução Francesa, a sua estrutura e funcionamento diferiam muito de um sistema representativo. Na Idade Moderna, elas se ajuntavam para tratar de assuntos gravíssimos. Depois da Restauração, Dom João IV, Dom Afonso VI e Dom Pedro II convocaram-nas para legitimar a sucessão ao trono e afrontar a ofensiva espanhola. Compunham-se dos três estados do Reino: o clero, a nobreza e o povo. O auto de juramento, preito e homenagem que esses estados ou braços prestaram a Dom Pedro como príncipe e sucessor à Coroa (Lisboa, 1668) descreve tal composição e como se dispunha a sala da sessão:
No topo da dita sala estava um estrado grande de quatro degraus e sobre ele outro estrado mais pequeno de um degrau e sobre este outro menor com dous degraus e em cima uma cadeira de veludo carmesim, bordada de ouro, e aos pés ũa almofada do mesmo veludo, bordada de ouro, tudo coberto com um pano de brocado amarelo, com franjas e bolotas de ouro. E ficava a dita cadeira debaixo de um riquíssimo dossel, também de veludo carmesim, bordado todo de ouro e prata, com as sanefas do mesmo veludo, bordadas todas de ouro de alto, com seus perfilos do mesmo e no meio as Armas Reais com as quinas de Portugal, bordadas de ouro e prata, com coroa imperial. E a parede em que estava encostado o dossel estava coberta com riquíssimos panos de rás de colunas e os ditos estrados estavam todos alcatifados e cobertos com riquíssimas alcatifas de seda, matizadas de várias cores.
Da parte direita, sobre o estrado grande, estava ũa cadeira rasa de veludo carmesim, com almofada do mesmo em cima, que é assento de duque, e da parte esquerda estava outra cadeira rasa de tela e em cima ũa almofada de tela carmesim, repassada de ouro, pera o missal do juramento, coberta com um pano de damasco carmesim, coalhado pelas costuras de ouro.
Fora do estrado grande, no chão da parte direita, afastado da parede, estava um banco descoberto pera assento dos priores-mores de Santiago e Avis e detrás deste estava outro banco maior, encostado à parede, também descoberto, pera assento dos procuradores dos cabidos, que Sua Majestade mandou chamar por suas cartas em falta de prelados, pera esforçar o estado eclesiástico.
E da parte esquerda, junto ao último degrau do estrado grande, estavam três cadeiras rasas com almofadas em cima pera assento dos marqueses, tudo de veludo carmesim, com franjas de ouro e seda, e logo se seguia um banco encostado à parede, coberto com um pano de rás, pera assento dos condes.
E de ũa e outra parte se seguiam bancos descobertos pera assento das pessoas do Conselho de Sua Majestade, donatários de terras da Coroa e alcaides-mores. E pelo meio da sala estavam bancos pera os procuradores dos povos, postos na forma e ordem costumada, conforme suas precedências.
Vários autores, inclusive Albergaria nos Triunfos de la nobleza lusitana (1631), apresentam a precedência das cidades e vilas nas Cortes, seja por escrito seja pela planta da sala das sessões. Essa "ordem costumada" sofria pequenas alterações a cada convocatória, por causa de alguma especial mercê ou a chamada de certas cidades ultramarinas. Segundo o referido auto, nas Cortes de 1668 tal ordem foi a seguinte:
Depois de jurar e fazer preito e homenagem o Estado da Nobreza, foi jurar e fazer preito e homenagem o Estado dos Povos, que são os procuradores das cidades e vilas que costumam vir às Cortes, sendo chamados por suas precedências por Rei d'Armas Portugal, que disse em voz alta: "Venham os povos!". E assim como cada um jurava, ia logo a Sua Alteza, que lhe tomava as mãos entre as suas e depois disto beijava a mão a Sua Alteza, os quais procuradores trouxeram procurações bastantes dos lugares de que eram procuradores e são os seguintes: o Marquês de Marialva, Dom Antônio Luís de Meneses, do Conselho d'Estado de Sua Majestade, Vedor de sua Fazenda e Capitão-General do Exército e Província do Alentejo e Governador das Armas da Estremadura e Praça de Cascais, e o Doutor Pedro Fernandes Monteiro, do Conselho de Sua Majestade e seu Desembargador do Paço, ambos procuradores da Cidade de Lisboa; Luís Freire de Andrade e Rui da Silva, procuradores da Cidade d'Évora; Diogo Lopes de Sousa e Luís Pereira Banhos, procuradores da Cidade do Porto; Rodrigo de Albuquerque e Francisco de Miranda de Castel-Branco, procuradores da Cidade de Coimbra; João de Saldanha de Sousa e Tristão Nunes Ifante, procuradores da Vila de Santarém; Dom Francisco de Lima, procurador da Cidade de Goa; Dom João da Silva e João do Quental Lobo, procuradores da Cidade d'Elvas; Constantino Ribeiro do Lago, procurador da Cidade de Braga; José Moreira de Azevedo, procurador da Cidade da Bahia; João de Amaral Coelho e João de Sampaio, procuradores da Cidade de Viseu; Cristóvão de Sá de Mendonça e Lionis de Pina de Mendoça, procuradores da Cidade da Guarda; Francisco Correia da Silva e Fernão da Fonseca Pimentel, procuradores da Cidade de Tavira; Manuel da Costa Soares e Francisco Teixeira Cabral, procuradores da Cidade de Lamego; o Doutor Gaspar de Abreu de Freitas e José de Chaves de Abreu, procuradores da Cidade de Silves; o Padre Luís Gonçalves Cota, procurador da Cidade de Angra; Cristóvão Pantoja de Almeida e Manuel Freire de Andrade, procuradores da Cidade de Beja; Luís de Bairros de Melo e Bertolameu de Vasconcelos Quental, procuradores da Cidade de Leiria; Diogo Mascarenhas de Figueiredo e Gaspar de Figueiredo Mascarenhas, procuradores da Cidade de Faro; Lourenço de Vila Lobos e Cristóvão da Costa de Gamboa, procuradores da Cidade de Lagos; Frei Martim Pereira de Sá e Gonçalo Peixoto da Silva e Almeida, procuradores da Vila de Guimarães; Manuel de Sande de Vasconcelos e Rui de Brito de Lacerda, procuradores da Vila de Estremoz; Luís Galvão Freire e João Henriques de Vilhena, procuradores da Vila de Montemor-o-Novo; Dom Fernando da Silva e João de Ulhoa de Vasconcelos, procuradores da Vila de Tomar; Inácio Perestrelo Pessoa e Sebastião Machado de Figueiredo, procuradores da Cidade de Bragança; Antônio Velês Caldeira, procurador da Cidade de Portalegre; Gaspar Correia Barreto, procurador da Vila da Covilhã; Francisco Vieira de Castro e João Neto Porras, procuradores de Setúval; Paulo de Macedo e Pedro de Mariz Sarmento, procuradores da Cidade de Miranda; Jerônimo Correia de Amaral e Miguel Carlos de Távora, procuradores de Vila Real; João de Sá Sotomayor e Luís de Meireles de Lima, procuradores da Vila de Ponte de Lima; Nuno Vaz de Pina Piçarro e Francisco Pereira de Lacerda, procuradores da Vila de Moura; José de Oliveira da Costa e João Leite Chaves, procuradores da Vila de Chaves; Tomé Chichorro Pinheiro, procurador da Vila de Montemor-o-Velho; Antônio Correia Barém e Luís Pereira de Sá, procuradores da Vila de Alanquer; Brás da Mota Leite e Jorge de Mesquita, procuradores da Vila de Torres Novas; Antônio da Mota Perestrelo e Lourenço Cabral de Resende, procuradores da Vila de Sintra; Francisco Freire de Andrade e Sousa e João Castelino de Freitas, procuradores da Vila de Óbidos; Pedro de Sande Salema e Francisco Soares Mouzinho, procuradores da Vila de Alcácer do Sal; Jorge de Carvalho Pereira e Luís Antônio Banha de Araújo, procuradores da Vila de Almada; Antônio Rebelo de Vasconcelos e João Barreto de Pina, procuradores da Vila de Torres Vedras; Simão da Costa de Almeida e Pedro Lourenço Marreiros, procuradores da Vila d'Aveiro; Gaspar Mouzinho Magro, procurador da Vila de Castel-Branco; Jerônimo de Mendonça Furtado e Antônio Botelho Riscados, procuradores da Vila de Mourão; Manuel de Melo e Frei Jorge de Melo, procuradores da Vila de Serpa; Inácio Ribeiro Maio e Sebastião de Faria Salgado, procuradores da Vila do Conde; Dom Gaspar de Sousa e o Doutor Sebastião Cardoso de Sampaio, procuradores da Vila de Trancoso; Sebastião de Moura Freire e Lourenço de Abreu de Vasconcelos, procuradores da Vila de Avis; Antônio Álvaro Velês Castel-Branco da Silveira, procurador da Vila de Arronches; Antônio Veloso de Figueiredo e Manuel Falcão de Figueiredo, procuradores da Vila de Pinhel; João Frade de Almeida e Gonçalo Pimenta de Avelar, procuradores da Vila de Abrantes; Antônio de Siqueira Varejão e Manuel de Figueiredo Mascarenhas, procuradores da Vila de Loulé; Inácio do Rego de Andrade e Diogo Manhoz Barreto, procuradores de Alter do Chão; Antônio Borges de Lemos e Pedro Lopes da Fonseca, procuradores da Vila de Freixo de Espada à Cinta; Roque Pereira de Araújo e Fernão Pereira de Castro, procuradores de Valença do Minho; Manuel Martins de Moura e Miguel Cabreira, procuradores da Vila de Alegrete; Antônio Veloso de Figueiredo e Diogo Ferreira Ribeiro, procuradores da Vila de Castel-Rodrigo; Lourenço Mouzinho Barba, procurador da Vila de Castelo de Vide; Salvador Taborda Portugal, procurador da Vila de Marvão; o Licenciado Cristóvão Luís e João Claveiro Telo, procuradores da Vila da Sertã; Pedro Afonso Galvão, procurador da Vila de Fronteira; Fernão de Brito Pereira e Luís Francisco Barém, procuradores da Vila de Monforte; Roque Monteiro de Paim e Sebastião Galvão Coutinho, procuradores da Vila de Veiros; Pedro Mexia Souto e Fernão Pereira de Morais, procuradores da Vila de Campo Maior; Francisco Barbosa de Figueiroa e Antônio de Andrade da Gama, procuradores da Vila de Caminha; Antônio Monteiro Pimentel e Jerônimo Botelho de Vasconcelos, procuradores da Vila de Torre de Moncorvo; Gonçalo Esteves de Gusmão e Belquior de Alvelos de Brito, procuradores da Vila de Castro Marim; João da Silva de Vasconcelos e Luís de Brito de Melo, procuradores da Vila de Palmela; Diogo Homem da Costa e Antônio de Simas Cardoso, procuradores da Vila da Cabeça de Vide; João de Faria Machado e Antônio Machado Carmona, procuradores da Vila de Barcelos; Luís Vaz Cardoso e Fernão Vaz Barreto, procuradores da Vila de Coruche; João de Andrade Coutinho e Fernão da Guarda Teles, procuradores da Vila de Monsanto; o Doutor Francisco da Fonseca Sinel e Baltesar Moreira de Brito, procuradores da Vila de Garvão; Antônio Vaz Cavaco e Francisco da Fonseca Sinel, procuradores da Vila de Panoias; Antônio de Melo de Sousa e João Pereira de Faria, procuradores da Vila de Ourém; Tomé Rodrigues Santiago e Cristóvão do Soveral, procuradores da Vila de Arraiolos; André Lobo de Carvalho e Gregório Rodrigues Nobre, procuradores da Vila do Campo de Ourique; Manuel Sanches, procurador da Vila de Albufeira; Lourenço Silveiro e Vasco Martins de Góis, procuradores da Vila de Borba; Luís Coelho de Vargas e Lopo Trigo Gato, procuradores da Vila de Portel; Pedro de Toar Henriques e Francisco Dorta do Rego, procuradores da Vila d'Atouguia; Cristóvão de Brito Pereira e Francisco Pereira de Castel-Branco, procuradores da Vila de Monseraz; Estêvão Mendes da Silveira e Lopo Vaz de Almeida, procuradores de Vila Viçosa; os Licenciados Miguel Carvalho e Sebastião de Miranda Ribeiro, procuradores da Vila de Penela; João Ascenso Raposo, procurador da Vila de Santiago de Cacém; Tomé Nunes Clemente e Paulo Clemente Gago, procuradores da Vila de Viana de Alentejo; Diogo de Caldas Barbosa e Francisco Soares Malheiro, procuradores de Vila Nova da Cerveira; Luís de Melo da Silva e Antônio Caldeira de Araújo, procuradores da Vila de Porto de Mós; André Mascarenhas Coelho e Diogo Mexia de Magalhães, procuradores da Vila de Pombal; o Doutor Inácio de Guevara e Antônio de Mira Solteiro, procuradores da Vila de Alvito; Aires Henriques de Negreiros e Manuel Lampreia Guerreiro, procuradores da Vila de Mértola.
Como se perceberá abaixo, Coelho não obedece a essa ordem, a não ser parcialmente. É mais um aspecto incompreensível do Tesouro, porque é inverossímil que o rei de armas Índia desconhecesse o cerimonial das Cortes. Talvez tenha pintado os brasões à medida que obtinha notícias deles, mas os escudos vazios de Castelo Rodrigo, Alegrete, Fronteira, Veiros, Campo Maior e Monsaraz sugerem que projetou o preenchimento da folha antes da pintura. Seja como for, pretendeu dar 75 brasões neste capítulo; chegou, porém, a 69.
Além disso, cumpre observar que o território português foi reorganizado várias vezes desde a monarquia constitucional. Até hoje, as sedes dos municípios podem ter o título de cidade ou o de vila, mas nem toda vila é sede de município (confira-se a postagem de 28/02/21). Assim, de 1675 para cá elevaram-se à categoria de cidade Santarém, Setúbal, Tomar, Guimarães, Estremoz, Montemor-o-Novo, Covilhã, Viana do Castelo, Vila Real, Moura, Pinhel, Abrantes, Loulé, Pombal, Torres Novas, Alcácer do Sal, Almada, Torres Vedras, Castelo Branco, Aveiro, Trancoso, Barcelos, Borba, Chaves, Vila do Conde, Ourém, Valença, Serpa, Albufeira e Santiago do Cacém. Em contraposição, as vilas de Atouguia da Baleia, Monsanto, Castelo Rodrigo, Cabeço de Vide, Alegrete, Veiros, Garvão e Panoias deixaram de encabeçar município.
Enfim, a heráldica municipal é a parte mais influente do trabalho de Coelho. Após a transferência do Tesouro para a Torre do Tombo, por volta de 1838, tornou-se a fonte mais ampla e acessível da matéria. Com efeito, foi fundamental para Inácio de Vilhena Barbosa, que elaborou as Cidades e vilas da Monarquia Portuguesa que têm brasão d'armas (1860-62), tanto que este autor só diverge completamente daquele nos brasões da Covilhã e de Vila Real. À sua vez, Afonso de Dornelas e os seus sucessores consultaram com deferência essas duas obras na reforma dos símbolos municipais a partir de 1930.
É por isso que a seguir os brasonamentos entre aspas são os que se acham nas Cidades e vilas, exceto os poucos apontamentos de Albergaria, devidamente referenciados. Ainda que já na segunda metade do século XIX, Barbosa usa de uma linguagem muito parecida à do Antigo Regime, inclusive a omissão frequente dos esmaltes, em virtude de uma indefinição remanescente dos selos (cf. a postagem anterior).
1. A vila de Santarém tinha por armas, segundo Albergaria, "ũa torre com três baluartes e um rio ao pé e sobre a porta, no frontispício, as armas reais".
2. A vila de Setúbal tinha por armas "uma fortaleza em campo azul sobre o mar; sulca as ondas uma pequena embarcação, cercada de peixes; aos lados da fortaleza estão duas cruzes de Santiago". Coelho faz duas embarcações e acima da cruz destra uma esfera armilar de ouro e da sinistra uma vieira do mesmo.
3. A vila de Tomar tinha por armas "em campo de prata uma cruz de púrpura da Ordem de Cristo". Coelho pinta a cruz de vermelho, como é normal.
4. Albergaria aponta que a vila de Guimarães tinha por armas "ũa G, letra gótica". Segundo Barbosa, eram "a imagem da Virgem, tendo nos braços o Menino Jesus, que empunha na mão esquerda um ramo de oliveira, em campo de prata".
5. Albergaria esboça as armas da vila de Estremoz, mas não as brasona. Segundo Barbosa, eram "verde o tremoceiro, o campo vermelho, o sol de oiro e a lua de prata". Coelho acrescenta um escudete com as armas de Portugal antigo em chefe.
6. Olivença tinha por armas em campo vermelho uma torre de prata, acompanhada de uma árvore à sinistra, tudo firmado num penhasco. Em 1801, a Espanha ocupou essa vila e nunca a devolveu a Portugal.
7. A vila de Montemor-o-Novo tinha por armas "um castelo sobre rochedos e uma ponte com seu rio".
8. A vila da Covilhã tinha por armas cinco escudetes carregados das armas de Portugal antigo em campo vermelho. Barbosa dá armas muito diferentes: "uma estrela em campo azul no meio do escudo".
9. A vila de Ponte de Lima tinha por armas, segundo Albergaria, "dous serafins com as quinas reais de Portugal".
10. A vila de Viana do Castelo tinha por armas "em campo de prata uma nau de oiro à vela em mar azul, tendo na vela do mastro grande as armas reais e na proa uma âncora". Coelho pinta tudo ao natural.
11. Vila Real tinha por armas um braço armado de prata, guarnecido de ouro, cuja mão empunha uma espada de prata, guarnecida de ouro, em campo vermelho. Barbosa dá armas muito diferentes: "uma coroa de loiro, tendo no meio escrita a palavra Alleo e ao lado uma espada".
12. A vila de Moura tinha por armas "um escudo com um castelo e junto à porta deste uma mulher morta".
1. A vila de Arronches tinha por armas em campo vermelho uma torre de prata sustida por um pano de muralha. Barbosa dá "um castelo em campo de púrpura".
2. A vila de Freixo de Espada à Cinta tinha por armas "um freixo e uma espada em campo vermelho".
3. A vila de Pinhel tinha por armas em campo de prata um pinheiro plantado num penhasco. Barbosa dá "um pinheiro verde em campo de prata".
4. A vila de Abrantes tinha por armas "quatro flores de lis e quatro corvos com uma estrela no meio em campo azul".
5. As armas da vila de Loulé tinha por armas "um simples escudo em branco, sem mais divisa".
6. A vila de Monção tinha por armas "uma torre em campo de prata, tendo sobre as ameias uma mulher com os braços erguidos e dois pães nas mãos e em volta a legenda Deus a deu, Deus o há dado". Coelho pinta o campo de verde.
7. A vila de Pombal tinha por armas "em campo vermelho uma torre de prata com duas pombas também de prata sobre as ameias".
8. Albergaria esboça as armas da vila de Penamacor, mas não as brasona. Segundo Barbosa, "em campo vermelho uma espada e uma chave e no meio delas dois crescentes contrapostos".
9. Albergaria esboça as armas da vila da Sertã, mas não as brasona. Segundo Barbosa, "num escudo uma sertã e em volta a letra Sertago sternit sertagine hostes". Coelho omite a legenda.
10. A vila do Crato tinha por armas "uma cruz de Malta em campo vermelho".
11. A vila de Alter do Chão tinha por armas "uma fonte de prata em campo verde". Coelho acrescenta um escudete com as armas de Portugal antigo no chefe.
12. A vila de Palmela tinha por armas em campo vermelho uma palmeira plantada num terrado, sustida por um braço vestido de azul e movente do terrado e ladeada de dois castelos de prata e um chefe cosido de verde, carregado de uma cruz da Ordem de Santiago entre duas vieiras de ouro. Barbosa dá "em campo vermelho um braço de homem, sustentando uma palma entre dois castelos; a cada lado do escudo, o hábito de Santiago e, por timbre, as quinas reais de Portugal".
1. A vila de Montemor-o-Velho tinha por armas "um castelo d'oiro em campo vermelho e sobre ele o escudo das quinas reais". Coelho assenta o castelo num pano de muralha.
2. A vila de Torres Novas tinha por armas "em campo vermelho uma torre de prata sobre terreno verde, tendo por cima das ameias um braço de guerreiro armado de uma clava de ferro".
3. A vila de Sintra tinha por armas "uma torre ou um castelo sobre uma serra e em campo verde".
4. A vila de Alenquer tinha por armas "em campo de prata um cão pardo, preso a uma árvore com um grilhão de oiro".
5. A vila de Óbidos tinha por armas "uma torre de prata, onde tremula uma bandeira, em campo verde e assente sobre rochedos".
6. A vila de Alcácer do Sal tinha por armas "uma nau e por timbre as armas reais".
7. A vila de Almada tinha por armas um escudo coroado das armas reais entre duas cruzes da Ordem de Santiago em campo de prata.
8. A vila de Torres Vedras tinha por armas "um castelo de oiro com três torres em campo verde".
9. Albergaria esboça as armas da vila de Castelo Branco, mas não as brasona. Segundo Barbosa, "um castelo de oiro em campo vermelho".
10. A vila de Aveiro tinha por armas "sobre campo verde duas estrelas, duas meias luas e um cisne sobre água".
11. A vila de Trancoso tinha por armas "um castelo de prata sobre um oiteiro e em campo verde, tendo por cima uma águia de oiro, levantando voo". Coelho faz uma torre.
12. A vila de Avis tinha por armas "a cruz verde d'Avis em campo d'oiro e na parte inferior duas águias".
1. A vila de Barcelos tinha por armas "um escudo azul com uma ponte e uma árvore com pomos de oiro; por cima, dois castelos de prata e sobre estes três escudos, nos dois dos lados as quinas de Portugal e no do meio uma aspa vermelha em campo de prata".
2. A vila de Borba tinha por armas "um rochedo sobre água, da qual saem dois barbos".
3. A vila de Monforte tinha por armas "três torres com seus coruchéus e sobre estes três bandeiras". Coelho assenta as torres sobre penedos.
4. A vila de Nisa tinha por armas "em campo vermelho e no centro do escudo um castelo de oiro com três torres e sobre a do meio a cruz de Cristo de prata; à direita do castelo o escudo das quinas portuguesas e à esquerda a lua em quarto crescente de prata e nos dois ângulos superiores duas estrelas igualmente de prata".
5. A vila de Atouguia da Baleia tinha por armas "um boi em campo de púrpura e sustentando um castelo em cada uma das pontas". Coelho pinta o campo de vermelho e cobre as torres.
6. A vila de Mourão tinha por armas "cinco escudos com as quinas, postos em cruz, sobre campo azul, tendo o escudo inferior de um lado o sol de oiro e do outro a lua de prata".
7. A vila de Monsanto tinha por armas "uma esfera armilar e uma águia".
8. As armas da vila de Castelo Rodrigo estão em branco.
9. A vila de Chaves tinha por armas "um escudo com cinco chaves de oiro em campo de prata". Coelho pinta as chaves de azul.
10. Vila do Conde tinha por armas "em mar azul uma nau à vela". Coelho acrescenta um escudete com as armas de Portugal antigo no cantão sinistro do chefe.
11. A vila de Ourém tinha por armas "uma águia no meio do escudo, entre dois escudos das quinas de Portugal e, sobre estes, de um lado o crescente e do outro uma estrela".
12. A vila de Valença tinha por armas "o escudo das quinas em campo azul e aos lados, na parte inferior, duas estrelas de prata e, na superior, duas meias luas, também de prata, com as pontas voltadas para baixo".
1. A vila de Cabeço de Vide tinha por armas "um castelo entre duas vides ou todo cercado pelas varas duma única cepa". Coelho faz uma torre.
2. A vila de Serpa tinha por armas "um castelo com ameias e guaritas em campo azul e sobre terreno montuoso". Coelho faz um pano de muralha.
3. As armas da vila de Alegrete estão em branco.
4. As armas da vila da Fronteira estão em branco.
5. A vila de Caminha tinha por armas "uma fortaleza sobre o mar".
6. As armas da vila de Veiros estão em branco.
7. A vila de Castro Marim tinha por armas "um escudo com uma povoação cercada de muralhas e por cima as armas reais de Portugal".
8. A vila de Garvão tinha por armas "um escudo com uma árvore verde em campo de prata e na parte superior duas cruzes de púrpura da Ordem de Santiago". Coelho pinta a árvore de sua cor e as cruzes de vermelho.
9. As armas da vila de Campo Maior estão em branco.
10. A vila da Torre de Moncorvo tinha por armas "as quinas portuguesas em campo vermelho e, por baixo, duas esferas armilares de prata". Coelho pinta as esferas armilares de ouro.
11. A vila de Panoias tinha por armas "em campo azul dois braços de homem cruzados, um vestido de amarelo e o outro de carmesim e com as mãos apontando para cima; entre os braços está uma cabeça humana de barbas e cabelos loiros, que parece ser a de Jesus Cristo".
12. A vila de Ourique tinha por armas "em campo vermelho um guerreiro com armadura e elmo, com o braço direito levantado e empunhando a espada, montado num cavalo sobre terra firma, e na parte superior do escudo uma torre em cada ângulo, tendo por cima uma o crescente e a outra uma estrela, tudo de prata".
1. A vila de Arraiolos tinha por armas "as armas reais de Portugal metidas em um escudo".
2. A vila de Viana do Alentejo tinha por armas "em campo azul um leão rompente de oiro, colocado no centro do escudo, entre dois escudetes de prata, esquartelados por uma cruz vermelha, um de cada lado, e entre dois signos de Salomão, também vermelhos, um na parte superior do escudo e o outro na parte inferior".
3. A vila de Albufeira tinha por armas "uma vaca de oiro em campo azul".
4. A vila de Santiago do Cacém tinha por armas "um escudo de prata, tendo no centro o apóstolo Santiago a cavalo, empunhando com a mão direita a espada, em ação de batalhar, e com a esquerda envergando o escudo, em que se vê a cruz da ordem; sobre o cavaleiro há céu com algumas nuvens e no terreno, aos pés do cavalo, jaz estendido um infiel".
5. A vila de Portel tinha por armas "sete torres de oiro em campo vermelho". Coelho faz castelos.
6. Vila Nova de Cerveira tinha por armas "em campo verde um veado ou cervo, sustentando nas pontas o escudo das quinas portuguesas, sem os castelos". Coelho põe o escudete no chefe.
7. As armas da vila de Monsaraz estão em branco.
8. A vila de Porto de Mós tinha por armas "em campo vermelho um castelo de prata com três torres, vendo-se verdura sobre as laterais; de cada um dos lados do castelo está em baixo uma mó de moinho, no centro um pica-peixe ou guarda-rio e por isso cima uma estrela, tudo de prata". Coelho faz dois pica-peixes e duas estrelas, cada um com um pé sobre uma mó e o outro no castelo.
9. A vila de Penela tinha por armas "em campo azul três torres de prata, duas colocadas na parte superior do escudo e uma em baixo".
10. A vila de Alvito tinha por armas "em campo vermelho o escudo real só com as quinas entre dois troncos de árvores, que rematam em duas únicas folhas, e firmados sobre um arco de ponte".
11. A vila de Mértola tinha por armas "um escudo de prata e nele um cavaleiro de Santiago a cavalo e armado de escudo e espada em ação de arremeter; na parte superior, junto a um canto do escudo, tem dois martelos". Coelho pinta no campo um cenário natural.
12. Vila Viçosa tinha por armas "em campo verde um castelo de prata entre duas torres também de prata; sobre o castelo tem a imagem de Nossa Senhora da Conceição e por cima da porta da fortaleza as cinco quinas de Portugal".
Fólio 18 – Armas da Vila de Coruche; Armas da Vila de Marvão; Armas da Vila de Castelo de Vide. |
A vila de Coruche tinha por armas "um escudo com uma coruja no centro".
A vila de Marvão tinha por armas "um castelo de oiro em campo de azul, tendo por cima o escudo das quinas e duas chaves".
A vila de Castelo de Vide tinha por armas "um escudo tendo no meio um castelo cercado por uma vide com seus cachos e parras".
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