03/05/24

TESOURO DE NOBREZA (II)

No prólogo do Tesouro de nobreza, lê-se a consolidação das ideias heráldicas que vigeriam até o século XIX.

Fólio I.
Fólio I.

É o tesouro um depósito, donde os reis, príncipes e nobres lançam suas maiores riquezas, as joias mais preciosas e o ouro de mais quilates. Por isso, parece que Cristo, Senhor Nosso, por São Mateus (cap. 13) assemelha o Reino do Céu ao tesouro, pois no céu, donde o mesmo senhor nos ensina façamos o tesouro, lançam os santos, justos e virtuosos as riquezas de seus trabalhos, as joias mais luzidas de suas virtudes e o ouro mais fino de suas perfeições, com que servem ao Rei da Glória, que lhes dá o prêmio eterno de seus merecimentos.

Se o tesouro é depósito e lugar donde os reis e nobres lançam as melhores peças e demais estima e valor, com razão parece intitulei este livro com o nome de Tesouro de Nobreza do Reino de Portugal, pois nele estão lançadas em primeiro lugar suas nobres e reais armas, joia do maior valor, por simbolizarem as cinco chagas de Cristo Jesu, que recebeu na cruz e com elas remiu o gênero humano. Brasão divino, de que o mesmo senhor tanto se honrou, que os sinais delas conserva seu sacratíssimo corpo no céu, que estas denotam os cinco escudinhos das armas de Portugal, donde em cada um estão cinco dinheiros de prata, postos em aspa, que mostram a forma em que o Senhor as recebeu, além de denotarem todos os trinta dinheiros por que o Senhor foi vendido por Judas. Joia e brasão é este que nenhum rei do mundo tem no tesouro de suas armas (glorie-se embora o rei e reino de França de ter por joia e brasão de suas armas os lírios, símbolo da pureza, trazidos por um anjo do céu a seu primeiro rei cristão no ato de seu batismo), que o Rei e Reino de Portugal não só tem por armas a joia mais preciosa das divinas, mas foi dada e mandada tomar por divisa e brasão de suas armas por Cristo, Senhor Nosso, ao primeiro rei de Portugal, quando lhe deu o Reino, dizendo-lhe, quando lhe fez aquele tão grande e singular favor de lhe aparecer no céu: "Ut cognoscant successores tui datorem Regni, scutum tuum ex pretio quo ego humanum genus emi et ex eo quo ego a Judæis emptus sum" (juramento d'el-Rei Dom Afonso Henriques que está no cartório do Real Mosteiro de Alcobaça, escrito em língua latina) (1).

Fólio I, verso.
Fólio I, verso.

Enriquece também este tesouro outras peças, não de tanto valor, mas de grande nobreza, que são as armas dos grandes do Reino, com que o faz o mais nobre e precioso tesouro de armas, que nenhum rei do mundo tem. Encerra também em si o tesouro várias e diferentes joias; este, que é de nobreza, tem em si várias e diferentes armas, com que faz ventagem ao tesouro material, porque a ele ajuntou muitas vezes a ventura as riquezas, mas a este avinculou o valor próprio a nobreza de suas armas, ganhando-as não por ventura, mas por esforço, com que obraram maravilhosas façanhas em serviço de seus reis e príncipes, com que se fizeram dignos de imortal memória.

São os escudos e brasões ricas peças, que os nobres possuem como tesouro de suas nobrezas, pois são sinais evidentes dela e por eles são conhecidos os que tiveram mais quilates de fidalguia e avantajados merecimentos de serviços, mostrando as figuras dos escudos e brasões as proezas de cada família e de seu primeiro ganhador, com que afigurou cada um eterna fama, sem receio de esquecimento, escrevendo e debuxando neles, como em lâminas de bronze, a valentia de seus feitos, merecedores do título de nobres, deixando ũa e outra cousa a seus descendentes e aos mais, virtuosa inveja pera os imitarem, sendo a uns e a outros vivo exemplo pera servirem a seus reis e príncipes. E aos que não têm estes nobres sinais e divisas de armas, são estímulos pera se fazerem merecedores de semelhante glória, que os reis justamente lhe devem conceder, em satisfação de seus bons serviços, obrados em atos de guerra ou de paz, que são dignos de tão honroso prêmio e galardão, como é ter brasão de armas em demostração e sinal de nobreza, como a nosso intento o disse elegantemente o nosso poeta português Osório:

Fólio II.
Fólio II.

Nam cum aliquis operam egregiam in bello præstitisset, erat illi ab imperatore concessum, ut nobilis haberetur et insigne virtutis gestaret, aliquod, per quod nobilitaret genus suum et ad similis facti memoriam excitaret. Alii igitur tot castella depicta gestant, quot illi genus pugnando cœperunt. Alii circulos aut quidvis aliud, pro numero hostium quot in prælio aliquo durissimo interfecerunt. Alii, ut fortasse ostenderunt se lucem patriæ rebus afflictis attulisse, stellis scuta distinxerunt. Alii denique alia assumpserunt, quibus virtutis suæ memoriam proderent. (Osório. De nobilitate civili et christiana, vers. 30 in fine) (2)

Pela honra, nobreza e pela conservação dela se devem sofrer duros trabalhos e pera a conseguir, pôr aos maiores perigos. Assi o fez Davi, que pela conservação da honra de seu reino e pera alcançar nobreza, que el-rei Saul prometia, se pôs ao evidente perigo da vida, desprezando as ameaças do gigante, que parecia querer destruir todo o reino de Israel. E saiu com ele a desafio, desanimando-o o mesmo Saul, dizendo-lhe que não podia ter iguais forças como aquele inimigo pera contender com ele. Mas Davi, excitado da honra de seu reino e do prêmio prometido da nobreza, aceitou o duelo e, vencendo ao gigante, alcançou dele gloriosa vitória, como lhe cantaram as donzelas de Jerusalém, que serviu de inveja ao rei (Lib. 1 Reg., cap. 17).

Assi, aqueles que se põem a dilatarem e defenderem a honra de seus reinos e pátrias não temem perigos, com a esperança da honra e nobreza, que lhe é devido, assi e a seus vindouros. Bem têm isto mostrado os nossos valerosos portugueses, pois em todo o mundo deram conhecimento do esforço de seus braços, com que mereceram brasões e troféus de nobreza, que deixaram a seus descendentes e juntamente exemplo pera seguirem seus passos com semelhantes proezas.

Estavam na Torre de Davi gravados muitos escudos e armas dos fortes capitães de Israel, com que serviram a Deus, defendendo sua lei e com que pelejaram pela honra de seu reino. Também neste livro ou tesouro estão pintados os brasões, escudos e armas dos esforçados capitães de Portugal, que ainda merecem maiores louvores que aqueles, pois eles pelejaram pela lei escrita e estes nossos pela lei evangélica, que lhe faz muita ventagem, levando juntamente com o Sagrado Evangelho a honra de seu rei, dilatando seu império por todas as quatro partes do mundo, até onde mais não podiam chegar as maiores forças humanas, desprezando todos os perigos, não temendo a braveza dos mares e arrojando suas espadas contra as mais remotas nações, que, ajudados do favor do céu, venceram, fazendo-se cada um deles merecedor de alcançar o primeiro lugar de nobreza.

Fólio II, verso.
Fólio II, verso.

Move-me esta consideração a não tratar de antiguidade de lugares, por ver que a cada um se deve o primeiro pelo valor de seus feitos. Mas como neste livro tratei somente de pintar as armas em seus escudos, brasões e timbres, averiguando a certeza delas, com o que me pareceu se ajustava mais com as regras do nobre ofício e lei de armaria, não tratei de antiguidades de tempos. Por isso, se não devem queixar os fidalgos e nobres que aqui têm suas armas do lugar que a cada um coube, que foi dado assi como vinha à memória e não ao discurso, porque este ditava a todos a primazia do lugar de suas armas. Eu, como Oficial que sou da Nobreza das Armas do Estado Real — que digna e justamente rege e governa o Sereníssimo Príncipe Dom Pedro, nosso Senhor, a quem o céu dilate a vida e descendência, pera que nela se perpetue, aumente e conserve o Reino de Portugal — fiz o ofício da justiça distributiva, dando a cada nobre as armas que direitamente são de sua linhagem, sem amor nem desamor, afeição nem ódio, como sou obrigado por meu ofício, com o que fico desculpado em tudo.

É este livro a primeira parte deste nobiliário, intitulado Tesouro de Nobreza do Reino de Portugal, donde estão lançados como em tesouro e se vem iluminadas com os metais e cores que lhes pertencem as armas dos grandes do Reino e de suas nobres famílias, apuradas e verificadas com grande trabalho e diligência. E me persuado se deve dar cada nobre por satisfeito com as que achar neste livro de suas linhagens, sem lhe ser necessário mais especulação, pois a fiz muito grande em cada um dos escudos e brasões das famílias. Na outra primeira parte escrita, que corresponde e joga com esta, que tem também o mesmo título, em que se declaram por letra as armas com os vocábulos e nomes próprios da armaria, cada família e brasão em seu título, donde se vem suas antiguidades, origens e solares e se faz memória de alguns varões mais ilustres e antigos delas e que bem serviram aos senhores reis passados de Portugal na defensão e aumento do Reino e suas conquistas.

Fólio III.
Fólio III.

Acha-se em um tesouro variedade de peças antigas e modernas. Neste livro, como tesouro de nobreza, se acham variedade de armas antigas, a saber, as armas dos Doze Tribos de Israel, com que saíram do Egito pera a terra prometida por Deus, Nosso Senhor, indo em ordem de peleja. Logo se vão seguindo outras mais modernas, de muitos reinos, reis, príncipes e senhores do mundo, até se entrar no tesouro das do Reino de Portugal, donde estão as de suas cidades e as das vilas mais principais, que têm lugar e voto nos atos reais, e as das ordens militares e regulares que há no Reino e as de todos e cada um dos reis dele, assi como delas usaram, e as das rainhas, suas mulheres, e seus filhos, príncipe e infantes, e também as de todos os grandes e titulares de Portugal que atualmente conservam seus títulos e dignidades e, finalmente, as de todas as famílias nobres que têm armas de nobreza conhecidas e andam assentadas nos livros dela e as de algũas famílias, que aqui se não acharem pintadas, é por não serem notoriamente conhecidas e por não se acharem nos livros antigos dos reis de armas. Destas se faz na primeira parte escrita um catálogo, donde por letra somente se declaram, e nesta mesma se trata todo o tocante à nobreza política e se declaram as regras de armaria, mostrando por figuras cada cousa, pera melhor ser entendida e de todos conhecida.

Contudo, se a algum sujeito parecer não está a seu gosto, será pelo melhor entender e não por ter feito maiores diligências, nem ter mais experiência de anos deste estudo e exercício de armaria. Porém, não me poderá tirar a glória que tenho de fazer este serviço ao Reino e, em particular, a cada família em suas armas, pois ajuntei a um volume com grande trabalho o que andava divido com tanta incerteza. E me servirá de prêmio o ser de alguns nobres, que não pode ser de todos, bem aceito, que nos desejos que tive de acertar e servir a todos nesta parte me foi suave o trabalho e me dou por pago do prêmio que na aceitação espero. E como Oficial da Nobreza das Armas que sou, a quem direitamente toca examinar as armas e obviar seus erros, se deve a este livro dar toda fé e crédito em todo o tempo.

Fólio III, verso.
Fólio III, verso.

E eu, Francisco Coelho, natural desta Cidade de Lisboa, Rei de Armas Índia, filho de Antônio Coelho, que foi cinquenta anos Rei de Armas, com os que foi Rei de Armas Portugal dos Senhores Reis Dom João o IV, que Deus tem em glória, Restaurador do Reino, e Dom Afonso, seu filho, assistindo nos atos de seus levantamentos, coroações e mais atos solenes que estes senhores reis celebraram, ordenei e fiz este livro de armas e por firmeza e crédito dele me assinei aqui.

Lisboa, 20 de março de 1678 anos.

Francisco Coelho

Rei de Armas Índia

Comentário:

Quando prologou o Livro da nobreza e perfeição das armasAntônio Godinho tratou pela primeira vez em português de certas ideias sobre a heráldica que se vinham difundindo desde o século XV. A principal delas era que o brasão marcava nobreza e honra, porque dado pelo rei ao tronco da geração em merecimento de algum serviço notável. No prólogo do Tesouro de nobreza, essas ideias eram já lugares-comuns, mas não é excessivo recordar que contrastam com o período clássico da armaria (séculos XIII e XIV), quando o brasão servia de mero identificador pessoal, assumido livremente por qualquer um, independentemente do estrato social.

Na verdade, o argumento inicial de Coelho lembra bastante o preâmbulo das cartas de mercê nova, estabelecido pelo Regimento e ordenação da armaria (1512):

Assim como Deus por sua justiça e bondade enfim dá aos que neste mundo temporal bem e honestamente vivem no outro eterna glória e galardão imortal, assim é cousa justa e mui razoada que os reis e príncipes que na terra têm lugar por seu exemplo aos que neste mundo temporal com fieldade e memoráveis serviços virtuosamente o servem, não somente graças, favores e mercês os satisfaçam e contentem em suas vidas, mas ainda por bom exemplo de virtuosos serviços e sua mais glória a galardoem a eles e aos que deles descendem com outros prêmios e honras que desta mortalidade sejam isentos de todo. (Leia-se a minuta completa na postagem de 17/01/21)

Mais que isso. Todos os tópicos que formam o razoado do rei de armas acham-se noutro texto: o prólogo dos Triunfos de la nobleza lusitana y origen de sus blasones (1631), do padre Antônio Soares de Albergaria. No que tange à relação geral do Tesouro com essa obra, remeto o leitor à postagem antecedente, mas aqui acrescento que as citações bíblicas que orlam os frontispícios do Tesouro e se verão na mesma postagem estão no caderno de apontamentos daquele clérigo (Códice 1118, conservado na Biblioteca Nacional de Portugal): a primeira (Cântico dos Cânticos, 4, 4-5) à folha 1r e as demais (Salmo 147, 20 e Sabedoria, 5, 19) à folha 6v.

Assim, a marcação da nobreza servia bem à crônica do sujeito que primeiro usara das armas, mas para evitar que o sistema obsolescesse rapidamente, era preciso que se pudessem herdar essas armas e o príncipe seguisse concedendo armas novas. Para isso, inventou-se o conceito de "virtuosa inveja": a natureza ostensiva do brasão estimulava a plebe a prestar ao seu senhor serviços que merecessem tal premiação. De modo semelhante, quem recebia certo brasão por herança se comprometia com a memória dos seus antepassados, aos quais cumpria honrar imitando os seus feitos.

Para provar que essa era a ordem natural do mundo, tanto Albergaria como Coelho começam por evocar a Bíblia. Por exemplo, para mostrar que a Sagrada Escritura enaltece o valor da linhagem, aquele menciona que, vencido Golias, Saul perguntou de quem descendia Davi, ao passo que o rei de armas faz uma leitura cavalheiresca do mesmo episódio (1 Samuel, 17), entendendo que a bravura do jovem foi excitada pela defesa da honra e pela promessa do prêmio. Com essa fundamentação ambos articulam a gesta ultramarina dos portugueses: o primeiro cita diretamente os versos 14 e 15 d'Os lusíadas ("daqueles que por obras valerosas / se vão da lei da morte libertando"), de Luís de Camões (1572), e o segundo parafraseia a mesma estrofe:

E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando,
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

Da crença no ganho dos brasões por façanhas seguia-se que os seus elementos deviam sempre ter certos significados, alguns mais evidentes, como os castelos de Castela, e outros mais enigmáticos, como as quinas de Portugal. Isso ensejou a criação de verdadeiras fábulas, como o próprio Milagre de Ourique. Daí que Coelho apele à autoridade de Osório e Albergaria ao Catalogus gloriæ mundi (1529), de Barthélemy de Chasseneux, dizendo que as armas "son un símbolo hieroglífico, demonstrativo de algún hecho heroico y de fama que aconteció al primero de la casa, familia y apellido" ("são um símbolo hieroglífico, demonstrativo de algum feito heroico e de fama que aconteceu ao primeiro da casa, família ou sobrenome").

Ora, um código hermético demanda interpretação. Por isso, propagava-se que o estudo da armaria e a elaboração de armoriais e tratados eram um serviço à pátria, tanto que essa ideia inspirava os títulos — Triunfos de la nobleza lusitana, Troféus lusitanosTesouro de nobreza do Reino de Portugal — e dava mote à busca do patrocínio régio.

Restava, enfim, a defesa do próprio trabalho, o único ponto em que Coelho se afasta de Albergaria. A diferença mais perceptível é o grau de letramento: claramente, o rei de armas era um homem medianamente letrado e a sua dependência de outros autores beira o plágio; em contraposição, o clérigo demonstra a sua erudição não só na propriedade da linguagem, mas também na qualidade acadêmica. Isso se comprova pelo cuidado em apresentar as fontes do seu conhecimento e explanar como fizera a obra. Com efeito, Albergaria sabia que, sem a autoridade de um oficial de armas, precisava convencer o leitor pelo rigor do seu texto, ao passo que Coelho se acomodou a essa autoridade, esgrimindo-a de antemão contra eventuais críticas.

Ainda que o próprio título do armorial esteja apontado à folha 2v do caderno de Albergaria — "Tesouro da Nobreza do Reino de Portugal é o título deste livro" —, não julgo que Coelho tenha cometido plágio, afinal à época havia outra concepção disso e, especialmente na heráldica, era habitual compilar, reescrever, ampliar ou reduzir materiais de acordo com o público para o qual se produzia.

Notas:
(1) "
Para que teus sucessores aprendam quem te deu o Reino e o teu escudo a partir do preço pelo qual eu comprei o gênero humano e daquele pelo qual fui comprado pelos judeus". É citação do Fasciculus Sanctorum Ordinis Cisterciensis (vol. 1, 1623), de Crisóstomo Enríquez.
(2) "Com efeito, quando alguém fazia notável obra na guerra, era-lhe concedido pelo imperador algo, para que fosse tido por nobre e trouxesse um sinal de virtude, pelo qual enobrecesse sua geração e a excitasse à memória de semelhante feito. Uns trazem, pois, tantos castelos pintados quantos os da geração tomaram. Outros, círculos ou outra coisa que seja, pelo número de quantos inimigos mataram nalguma batalha muito dura. Outros, talvez para mostrar que levaram luz à pátria com medidas desesperadas, distinguiram seus escudos com estrelas. Enfim, outros tomaram outras coisas, pelas quais deixavam ver a memória da sua virtude". Dom Jerônimo Osório foi bispo do Algarve (1564-80) e publicou o De nobilitate civili em 1542.

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