O esmalte não é um pigmento concreto, mas um conceito cromático.
Os esmaltes classificam-se em metais e cores. Os metais são o ouro e a prata e costumam ser realizados respectivamente pela cor amarela e pela branca ou cinzenta. As cores ('conceitos') são o vermelho, o azul, o negro, o verde e a púrpura e costumam ser realizados pelas cores ('pigmentos') correspondentes aos seus nomes, exceto a púrpura, cuja realização pode variar do lilás ao roxo. Há, ainda, as peles, que são o arminho e os veiros e apresentam variações, mas todas bastante convencionais.
A pigmentação exata, mais clara ou escura, mais brilhante ou fosca, para realizar cada esmalte é uma escolha artística; no entanto, o artista deve manter a coerência: se escolheu o azul-cobalto, não pode aplicar esse matiz aqui e azul-celeste ali, ao menos não no mesmo brasão.
Os nomes dos esmaltes nas principais línguas europeias ocidentais. |
Quanto à denominação dos esmaltes, há dois fatos históricos. Um é que em francês, a língua em que se forjou a heráldica, denominam-se or, argent, gueules, azur, sable, sinople, pourpre. O outro é que, fora da França, esses nomes foram adotados somente na Grã-Bretanha, os das cores também nos Países Baixos e na Espanha, ou seja, em inglês, holandês, espanhol e catalão. Portanto, ao se brasonar em português, não se deve arremedar essa nomenclatura. Na verdade, blau e jalne são verdadeiras monstruosidades.
Enfim, embora algumas tradições admitam outros esmaltes, como o alaranjado ou o dito azul-celeste, a heráldica portuguesa cinge-se aos sete clássicos. Há uma exceção: iluminar a figura nas suas cores naturais, daí que se brasone, precisamente, de sua cor ou ao natural e, no caso da pele das pessoas brancas, de carnação.
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