A NOBREZA DE PORTUGAL (XXII)

Armas das casas de Jorge Afonso, Lobia, Guedes, Franca, Gramaxo, Castanheda, Trigueiros, Barboso, Revaldo, Outiz, Bulhão, Azeredo, Travaços, Leis, Quintal, Canto, Lagarto, Picanço, Feio e Rodrigo Esteves.

Os brasões a seguir não são de "famílias". Por exemplo, as armas dos Almeidas não são da "família Almeida". Pertencem, na verdade, a uma linhagem, neste caso à geração de Fernando Álvares de Almeida, alcaide-mor de Abrantes (1400), avô de Dom Lopo de Almeida, primeiro conde de Abrantes (1476). É por isso que o armorial nomeia a linhagem e especifica: "chefe". Esse chefe é o varão mais velho: só ele faz jus ao uso das armas direitas, cabendo aos cadetes diferençá-las. Assim, quando a varonia da casa de Abrantes se quebrou em 1633, as armas direitas dos Almeidas passaram ao primeiro conde de Avintes (1664), descendente de Dom Diogo de Almeida, prior do Crato e segundo filho de Dom Lopo de Almeida. Essas armas pertencem, portanto, ao pretendente à chefia da casa de Avintes. Contudo, é forçoso reconhecer que durante a maior parte da sua vigência só na aparência o sistema heráldico português funcionou com base em provas genealógicas, pois na realidade prevalecia a condescendência com a homofonia dos sobrenomes. Para detalhamentos, leiam-se as postagens sobre a heráldica gentilícia luso-brasileira.

Do Livro do Armeiro-Mor (1509):

Fólio 129v: Jorge Afonso; Lobia, chefe; Guédez, chefe; Franca, chefe.

Jorge Afonso: Partido, o primeiro cortado, o primeiro de ouro com uma águia de duas cabeças de negro; o segundo de verde com uma torre de prata, lavrada de negro; o segundo de prata com um leão de vermelho.

Lobia, chefe: De azul com uma cruz cosida de vermelho, cantonada de quatro cordeiros passantes de prata e carregada de outro.

Guedes, chefe: De azul com cinco flores de lis de ouro.

Franca, chefe: De prata com quatro palas de verde e uma banda do mesmo, carregada de cinco quadros do campo e brocante sobre tudo.

Fólio 130r: Gramacho, chefe; Castanhedo, chefe; Trigueiros, chefe; Barbosos, chefe.

Gramaxo, chefe: De vermelho com um leão de ouro, armado e lampassado de azul, entre quatro merletas de ouro.

Castanheda, chefe: De vermelho com três bandas de prata, carregadas de nove mosquetas de negro, postas no sentido das bandas, duas, quatro, três.

Trigueiros, chefe: Esquartelado, o primeiro e quarto com cinco espigas de trigo; o segundo e terceiro de vermelho com uma faixa de prata. Armas falantes (Trigueiros ~ trigo).

Barboso, chefe: De azul com cinco vieiras de prata.

Fólio 130v: Revaldo, chefe; D'Outiz, chefe; Vulhão, chefe; Azaredo, chefe.

Revaldo, chefe: De azul com um grifo de negro, realçado de ouro, armado e lampassado de vermelho. Armas a inquirir (cor sobre cor).

De Outiz, chefe: De ouro com seis arruelas de vermelho.

Bulhão, chefe: De prata com uma cruz de vermelho, landada de ouro de doze peças, com os casculhos de verde.

Azeredo, chefe: De azul com dez travessas de ouro.

Fólio 131r: Travaços, chefe; Lei, chefe; Quintal, chefe; Do Canto, chefe.

Travaços, chefe: De vermelho com cinco rosas de quatro folhas de ouro.

Leis, chefe: Coticado de prata e ouro de doze peças. Armas a inquirir (metal com metal).

Quintal, chefe: De prata com uma banda xadrezada de vermelho e prata, carregada de uma cotica de negro.

Do Canto, chefe: De vermelho com um canto de prata. Armas falantes (Canto ~ canto).

Fólio 131v: Lagartos, chefe; Picanços, chefe; Os Fejoes, chefe; Rodrigo Estêvez.

Lagartos, chefe: De prata com três lagartos passantes de verde, armados e lampassados de vermelho, alinhados em pala. Armas falantes (Lagarto ~ lagarto).

Picanços, chefe: De prata com uma amoreira de verde.

Os Feios, chefe: De azul com três bandas cosidas de vermelho.

Rodrigo Esteves: De prata com uma flor de lis aberta de vermelho.