A NOBREZA DE PORTUGAL (XXI)

Armas das casas de Alvelos, Avelar, Chaves, Beça, Montarroio, Farinha, Cotrim, Figueiredo, Oliveira, Cogominho, Carreteiro, Marinho, Brandão, Sodré, Machado, Sardinha, Diogo Fernandes, João Lopes e André Rodrigues.

Os brasões a seguir não são de "famílias". Por exemplo, as armas dos Almeidas não são da "família Almeida". Pertencem, na verdade, a uma linhagem, neste caso à geração de Fernando Álvares de Almeida, alcaide-mor de Abrantes (1400), avô de Dom Lopo de Almeida, primeiro conde de Abrantes (1476). É por isso que o armorial nomeia a linhagem e especifica: "chefe". Esse chefe é o varão mais velho: só ele faz jus ao uso das armas direitas, cabendo aos cadetes diferençá-las. Assim, quando a varonia da casa de Abrantes se quebrou em 1633, as armas direitas dos Almeidas passaram ao primeiro conde de Avintes (1664), descendente de Dom Diogo de Almeida, prior do Crato e segundo filho de Dom Lopo de Almeida. Essas armas pertencem, portanto, ao pretendente à chefia da casa de Avintes. Contudo, é forçoso reconhecer que durante a maior parte da sua vigência só na aparência o sistema heráldico português funcionou com base em provas genealógicas, pois na realidade prevalecia a condescendência com a homofonia dos sobrenomes. Para detalhamentos, leiam-se as postagens sobre a heráldica gentilícia luso-brasileira.

Do Livro do Armeiro-Mor (1509):

Fólio 127r: Alvelos, chefe; Avelar, chefe; Chaves, chefe; Beça, chefe.

Alvelos, chefe: De vermelho com cinco estrelas de oito raios de ouro.

Avelar, chefe: De ouro com três faixas de vermelho, cada uma carregada de três estrelas de seis raios de prata.

Chaves, chefe: De vermelho com cinco chaves de ouro. Armas falantes (Chaves ~ chave).

Beça, chefe: Faixado de vermelho e ouro de seis peças com uma bordadura de vermelho, carregada de dez crescentes de prata.

Fólio 127v: Montarroio, chefe; Farinha, chefe; Cotrim, chefe; Figueiredo, chefe.

Montarroio, chefe: De ouro com uma águia de duas cabeças de vermelho, pousada num crescente de prata, brocante sobre a cauda.

Farinha, chefe: De azul com nove besantes de prata postos em aspa, acompanhados de quatro cruzes florenciadas de ouro, vazias do campo, postas em cruz.

Cotrim, chefe: Xadrezado de prata e ouro de seis peças em faixa e sete em pala. Armas a inquirir (metal com metal).

Figueiredo, chefe: De vermelho com cinco folhas de figueira de verde, nervadas de ouro. Armas falantes (Figueiredo ~ figueira) e a inquirir (cor sobre cor).

Fólio 128r: Oliveira, chefe; Cogominho, chefe; Carreteiro, chefe; Marinho, chefe.

Oliveira, chefe: De vermelho com uma oliveira de verde. Armas falantes (Oliveira ~ oliveira) e a inquirir (cor sobre cor).

Cogominho, chefe: De vermelho com cinco chaves de prata.

Carreteiro, chefe: De prata com uma banda de azul, carregada de um leão aleopardado de ouro, armado e lampassado de vermelho, posto no sentido da banda, acompanhada de dois pinheiros de verde.

Marinho, chefe: De verde com cinco flores de lis de ouro.

Fólio 128v: Brandão, chefe; ?, chefe; Sodré, chefe; Machado, chefe.

Brandão, chefe: De azul com cinco brandões de ouro, acesos ao natural. Armas falantes (Brandão ~ brandão).

?, chefe: De azul com cinco flores de lis de ouro.

Sodré, chefe: De azul com uma asna de prata, carregada de três estrelas de seis raios de vermelho e acompanhada de três albarradas de prata.

Machado, chefe: De vermelho com cinco machados de prata, encabados de ouro. Armas falantes (Machado ~ machado).

Fólio 129r: Sardinha, chefe; Diogo Fernândez; João López, chefe; André Rodríguez, chefe.

Sardinha, chefe: De verde com uma banda ondada de prata, aguada de azul, carregada de sardinhas de sua cor, postas no sentido da banda. Armas falantes (Sardinha ~ sardinha).

Diogo Fernandes (Correia): Esquartelado, o primeiro de ouro com uma águia de duas cabeças de negro, carregada de um crescente de vermelho no peito; o segundo de vermelho com três vieiras de prata; o terceiro de vermelho com uma torre de prata; o quarto de ouro com três escudetes de prata, carregados de uma cruz chã de vermelho. Armas concedidas pelo imperador Maximiliano I ao dito cavalheiro em 1488.

João Lopes, chefe: De azul com uma palmeira de ouro e um corvo voante de negro, pousado nela. Armas concedidas pelo rei Dom Afonso I a esse cavaleiro em 1476.

André Rodrigues (de Áustria), chefe: Partido, o primeiro dimidiado de ouro com uma águia de duas cabeças de negro; o segundo de vermelho com duas faixas de prata.