Armas das casas de Gabriel Gonçalves, Gil vant Vistet, Afonso Garcês, Rolão d'Aussi, Xira, Pina, Pedro Lourenço de Guimarães, Matos, Dornelas e Cerqueira.
Os brasões a seguir não são de "famílias". Por exemplo, as armas dos Almeidas não são da "família Almeida". Pertencem, na verdade, a uma linhagem, neste caso à geração de Fernando Álvares de Almeida, alcaide-mor de Abrantes (1400), avô de Dom Lopo de Almeida, primeiro conde de Abrantes (1476). É por isso que o armorial nomeia a linhagem e especifica: "chefe". Esse chefe é o varão mais velho: só ele faz jus ao uso das armas direitas, cabendo aos cadetes diferençá-las. Assim, quando a varonia da casa de Abrantes se quebrou em 1633, as armas direitas dos Almeidas passaram ao primeiro conde de Avintes (1664), descendente de Dom Diogo de Almeida, prior do Crato e segundo filho de Dom Lopo de Almeida. Essas armas pertencem, portanto, ao pretendente à chefia da casa de Avintes. Contudo, é forçoso reconhecer que durante a maior parte da sua vigência só na aparência o sistema heráldico português funcionou com base em provas genealógicas, pois na realidade prevalecia a condescendência com a homofonia dos sobrenomes. Para detalhamentos, leiam-se as postagens sobre a heráldica gentilícia luso-brasileira.
Do Livro do Armeiro-Mor (1509):
Fólio 105r: Graviel Gonçálvez. |
Gabriel Gonçalves: De azul com uma águia de duas cabeças de ouro, agarrando uma cabeça de mouro de sua cor, o todo encerrado num cordão de São Francisco de sua cor, posto em orla. Armas concedidas pelo rei Dom Afonso V ao dito cavaleiro em 1475.
Fólio 105v: Gil vant Vistet. |
Gil vant Vistet: Esquartelado, o primeiro e quarto de ouro com uma alparca de negro, forrada de vermelho; o segundo e terceiro de azul com um busto de mouro de sua cor, vestido de ouro e fotado de prata; sobre o todo, uma cruz da Ordem de Cristo. Segundo Anselmo Braamcamp Freire na Armaria portuguesa (1908), trata-se de Wolfgang Holzschuher, a cujas armas o rei Dom Manuel I acrescentou a cruz da Ordem de Cristo em 1503.
Fólio 106r: Afonso Garcês. |
Afonso Garcês: Partido de dois traços e cortado de um: o primeiro e o sexto de ouro com seis arruelas de vermelho; o segundo cortado, o primeiro de vermelho com um minguante de prata e duas chaves de azul, atadas de ouro, passadas em aspa e brocantes; o segundo de prata; o terceiro e quarto de azul com uma torre de ouro, acompanhada de sete estrelas de seis raios do mesmo, três em chefe e duas em cada flanco; o quinto esquartelado, o primeiro e quarto de vermelho com uma cruz solta de prata e um chefe do mesmo; o segundo e terceiro de ouro com três besantes de prata em pala. Armas confirmadas pelo rei Dom João II ao dito fidalgo, de origem aragonesa, em 1492.
Fólio 106v: Rolão d'Aussi, chefe. |
Rolão d'Aussi: De ouro com um leão de cauda forcada de ouro, armado e lampassado de azul. Cavalheiro de origem flamenga.
Fólio 107r: Velxira, chefe. |
Xira, chefe: De vermelho com uma asna de prata, carregada de cinco cruzetas do campo.
Fólio 107v: Pina, chefe. |
Pina, chefe: De vermelho com uma torre de prata, aberta, iluminada e lavrada de negro, assente num penhasco ao natural, firmado em ponta.
Fólio 108r: Pero Lourenço de Guimarães. |
Pedro Lourenço de Guimarães: De prata fretado de negro com uma pala de vermelho brocante sobre o fretado e um leão de arminho, armado e lampassado de azul, brocante sobre tudo.
Fólio 108v: Matos, chefe. |
Matos, chefe: De vermelho com um pinheiro de verde, arrancado de ouro, entre dois leões trepantes do mesmo, armados e lampassados de azul. Armas a inquirir (cor sobre cor).
Fólio 109r: Ornelas, chefe. |
Dornelas, chefe: De azul com uma banda cosida de vermelho, carregada de três flores de lis de ouro, postas no sentido da banda, acompanhada de duas sereias ao natural, segurando um espelho de prata, ornado de ouro, e um pente do mesmo. Armas a inquirir (cor sobre cor).
Fólio 109v: Cerqueira. |
Cerqueira: De vermelho com um leão de ouro, armado e lampassado de azul, coleirado de prata e guarnecido de ouro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário