29/05/21

A NOBREZA DE PORTUGAL (XII)

Armas das casas de Galvão, Nóbrega, Barbosa, Godinho, Barbato, Aranha, Gouveia, Francisco de Beja, Jácome e Vogado.

Os brasões a seguir não são de "famílias". Por exemplo, as armas dos Almeidas não são da "família Almeida". Pertencem, na verdade, a uma linhagem, neste caso à geração de Fernando Álvares de Almeida, alcaide-mor de Abrantes (1400), avô de Dom Lopo de Almeida, primeiro conde de Abrantes (1476). É por isso que o armorial nomeia a linhagem e especifica: "chefe". Esse chefe é o varão mais velho: só ele faz jus ao uso das armas direitas, cabendo aos cadetes diferençá-las. Assim, quando a varonia da casa de Abrantes se quebrou em 1633, as armas direitas dos Almeidas passaram ao primeiro conde de Avintes (1664), descendente de Dom Diogo de Almeida, prior do Crato e segundo filho de Dom Lopo de Almeida. Essas armas pertencem, portanto, ao pretendente à chefia da casa de Avintes. Contudo, é forçoso reconhecer que durante a maior parte da sua vigência só na aparência o sistema heráldico português funcionou com base em provas genealógicas, pois na realidade prevalecia a condescendência com a homofonia dos sobrenomes. Para detalhamentos, leiam-se as postagens sobre a heráldica gentilícia luso-brasileira.

Do Livro do Armeiro-Mor (1509):

Fólio 95r: Galvão, chefe.
Fólio 95r: Galvão, chefe.

Galvão, chefe: Partido, o primeiro de prata com uma águia de negro, carregada de um crescente de ouro no peito; no segundo as armas dos Costas.

Fólio 95v: Nóbrega, chefe.
Fólio 95v: Nóbrega, chefe.

Nóbrega, chefe: De ouro com quatro palas de vermelho.

Fólio 96r: Barboso, chefe.
Fólio 96r: Barboso, chefe.

Barbosa, chefe: De prata com uma banda de azul, carregada de três crescentes de ouro, postos no sentido da banda, acompanhada de dois leões trepantes de púrpura, armados e lampassados de vermelho.

Fólio 96v: Godinho, chefe.
Fólio 96v: Godinho, chefe.

Godinho, chefe: Palado de vermelho, ouro, azul e ouro com quatro filetes de negro em faixa, brocantes sobre tudo.

Fólio 97r: Barbato, chefe.
Fólio 97r: Barbato, chefe.

Barbato, chefe: De vermelho com uma banda de prata, entre dois leões de azul.

Fólio 97v: Aranha, chefe.
Fólio 97v: Aranha, chefe.

Aranha, chefe: De azul com uma asna cosida de vermelho, acompanhada de três flores de lis de ouro e carregada de um escudete de prata com uma banda de vermelho, sobrecarregada de três aranhas de negro, postas no sentido da banda. Armas falantes (Aranha ~ aranha) e a inquirir (cor sobre cor).

Fólio 98r: Gouveia, chefe.
Fólio 98r: Gouvea, chefe.

Gouveia, chefe: Partido, no primeiro as armas dos Melos; no segundo as dos Castros de seis arruelas. Essa linhagem descende de Fernão Nunes de Gouveia, coetâneo do rei Dom João I, casado com Brites de Melo, filha de Rui Vaz de Melo, senhor de Gouveia, e Aldonça de Castro, daí a composição com as armas dos Melos e dos Castros.

Fólio 98v: Francisco de Beja, chefe.
Fólio 98v: Francisco de Beja, chefe.

Francisco de Beja, chefe: De vermelho com uma cruz de prata, cantonada de quatro flores de lis de ouro.

Fólio 99r: Jácome, chefe.
Fólio 99r: Jácome, chefe.

Jácome, chefe: Partido, o primeiro de azul com um castelo coberto de prata; o segundo dimidiado de ouro com uma águia de duas cabeças de negro, linguada de vermelho.

Fólio 99v: Vogado, chefe.
Fólio 99v: Vogado, chefe.

Vogado, chefe: De vermelho com um leão de ouro, armado e lampassado de azul, entre quatro vieiras de prata.

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