Armas das casas de Freire de Andrade, Almeida, Diogo de Almeida, Pedro da Silva, Manuel, Moniz de Lusignan, Lima, Távora, Henriques e Mendonça.
Os brasões a seguir não são de "famílias". Por exemplo, as armas dos Almeidas não são da "família Almeida". Pertencem, na verdade, a uma linhagem, neste caso à geração de Fernando Álvares de Almeida, alcaide-mor de Abrantes (1400), avô de Dom Lopo de Almeida, primeiro conde de Abrantes (1476). É por isso que o armorial nomeia a linhagem e especifica: "chefe". Esse chefe é o varão mais velho: só ele faz jus ao uso das armas direitas, cabendo aos cadetes diferençá-las. Assim, quando a varonia da casa de Abrantes se quebrou em 1633, as armas direitas dos Almeidas passaram ao primeiro conde de Avintes (1664), descendente de Dom Diogo de Almeida, prior do Crato e segundo filho de Dom Lopo de Almeida. Essas armas pertencem, portanto, ao pretendente à chefia da casa de Avintes. Contudo, é forçoso reconhecer que durante a maior parte da sua vigência só na aparência o sistema heráldico português funcionou com base em provas genealógicas, pois na realidade prevalecia a condescendência com a homofonia dos sobrenomes. Para detalhamentos, leiam-se as postagens sobre a heráldica gentilícia luso-brasileira.
Do Livro do Armeiro-Mor (1509):
Fólio 55r: Freires d'Andrade. |
Freires de Andrade: De verde com uma banda de vermelho, perfilada de ouro e engolida por duas cabeças de serpe do mesmo.
Fólio 55v: Casa d'Almeida. |
Casa de Almeida: De vermelho com uma dobre-cruz cantonada de seis besantes e uma bordadura, tudo de ouro.
Fólio 56r: Dom Diogo d'Almeida, priol do Crato. |
Dom Diogo de Almeida, prior do Crato: As armas dos Almeidas com um chefe hospitalário. O prior do Crato era o chefe da Ordem de São João de Jerusalém em Portugal, atualmente Soberana e Militar Ordem Hospitalária de São João de Jerusalém, Rodes e Malta ou, simplesmente, Ordem de Malta. Até hoje os seus membros podem acrescentar diferentes insígnias às suas armas, de acordo com o grau de filiação, como esse chefe, que traz as armas da ordem: de vermelho com uma cruz de prata.
Fólio 56v: Dom Pedro da Silva. |
Dom Pedro da Silva: Esquartelado, no primeiro e quarto as armas dos Almeidas; no segundo e terceiro, as dos Silvas. A esquarteladura vulgarizou-se na heráldica portuguesa porque por si já se considerava uma diferença. Assim, esse cavalheiro seguramente não fazia jus nem às armas direitas dos Almeidas nem às dos Silvas, mas a descendência dessas duas linhagens dava-lhe direito a trazê-las esquarteladas. Isso não quer dizer que qualquer homônimo possa fazer o mesmo. Este brasão foi assumido ou ordenado no fim do século XV ou começo do seguinte.
Fólio 57r: Manuees. |
Manuéis: Esquartelado, o primeiro e quarto de vermelho com uma mão de carnação, alada de ouro, empunhando uma espada de prata, guarnecida de ouro; o segundo e terceiro de prata com um leão de púrpura, armado e lampassado de vermelho. Essa linhagem descende do infante Manuel, filho de Fernando III de Castela, daí o esquartelado com as armas reais leonesas.
Fólio 57v: Fébus Muniz, chefe. |
Febo Moniz, chefe: Esquartelado, o primeiro e quarto de azul com cinco estrelas de ouro; o segundo e terceiro contraesquartelado, o primeiro de prata com uma cruz potenteia de ouro, cantonada de quatro cruzetas do mesmo; o segundo faixado de prata e azul de seis peças com um leão de vermelho brocante sobre tudo; o terceiro de vermelho com um leão coroado de ouro; o quarto de prata com um leão de vermelho, coroado de ouro; sobreposto de ouro com um leão de vermelho. Essa linhagem descende de Febo Moniz, filho de Vasco Gil Moniz e Leonor de Lusignan, daí a esquarteladura das armas dos Monizes com as da Casa de Lusignan, diferençadas pelo escudete.
Fólio 58r: Lima, chefe. |
Lima, chefe: Esquartelado, o primeiro e quarto de prata com um leão de púrpura; o segundo e terceiro de prata com três faixas xadrezadas de vermelho e ouro, cada uma carregada de um filete de negro em faixa; adestrado de ouro, carregado de quatro palas de vermelho. As armas primitivas dos Limas eram de ouro com quatro faixas de vermelho. Essa esquarteladura compõe-se das armas dos Silvas e dos Soutomaiores.
Fólio 58v: Távora, chefe. |
Távora, chefe: De prata com cinco faixas ondadas de azul.
Fólio 59r: Casa d'Hanríquez. |
Casa de Henriques: De vermelho com um castelo de ouro; mantelado curvo de prata com dois leões de púrpura. Essa linhagem descende de Fernando Henriques, neto de Henrique II, rei de Castela, daí as armas reais castelhanas e leonesas, diferençadas pelo mantelado.
Fólio 59v: Mendoça, chefe. |
Mendonça, chefe: Franchado, o primeiro e quarto de verde com uma banda de vermelho, perfilada de ouro; o segundo e terceiro de ouro com um S de negro.
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