04/01/24

ESTUDO DE ALGUMAS BANDEIRAS BRASILEIRAS: A CADEIA DE COMANDO DAS FORÇAS ARMADAS

A partir da bandeira do Cruzeiro, não seria difícil criar um padrão para todas as insígnias de comando nas Forças Armadas.

É comum a vários países que militares em postos de comando usem de certas bandeiras. Estas costumam assinalar as patentes do oficialato por meio de estrelas ou círculos (arruelas ou besantes, na linguagem heráldica), normalmente em correspondência com os distintivos dessas patentes nos uniformes. Por exemplo, na Marinha Nacional Francesa essas figuras são acrescentadas à tricolor nacional; na Marinha Real Britânica, à bandeira de São Jorge; na Itália, ficam sobre fundos lisos, de diferentes cores.

No Brasil, esses vexilos denominam-se bandeiras-insígnias e não se restringem à Marinha. Todavia, não há padrão comum às três forças. Na Marinha, as bandeiras-insígnias estão ordenadas e reguladas pelo seu Cerimonial e derivam da bandeira do Cruzeiro. Na Força Aérea, estão ordenadas e reguladas pela ICA 903-1, trazem o gládio alado e combinam estrelas e faixas verdes e amarelas, distinguindo a hierarquia. No Exército, estão ordenadas por portarias dispersas, reguladas pela EB10-IG-12.001 e, como as da FAB, compõem-se de faixas verdes e amarelas no lado do batente, distintivas da hierarquia, mas trazem o emblema da organização militar no lado da tralha.

Penso que na postagem antecedente demonstrei o potencial da bandeira do Cruzeiro para fornecer vexilos belos, singelos e significativos não só à Marinha, mas também ao Exército e à FAB. Com efeito, as propostas que fiz para os comandantes das forças são perfeitamente multiplicáveis para toda a cadeia de comando: bastaria trocar o emblema do comandante por aquele de qualquer outro abaixo dele.

Propostas de bandeiras-insígnias para os chefes dos Estados-Maiores das Forças Armadas.
Propostas de bandeiras-insígnias para os chefes dos Estados-Maiores das Forças Armadas.

Começando pelas bandeiras dos chefes dos estados-maiores, no quadrante oposto ao cantão poderia figurar a efígie da República, circulada por um ramo de louro e outro de carvalho. Como o estado-maior é um órgão de direção, a efígie significaria que as políticas elaboradas por ele servem à defesa do estado democrático de direito e os ramos expressariam os mesmos valores das coroas triunfal e cívica na Roma antiga: a vitória sobre os inimigos e a salvaguarda dos cidadãos.

Propostas de bandeiras-insígnias para os oficiais-generais.
Propostas de bandeiras-insígnias para os oficiais-generais.

Depois, as bandeiras dos oficiais-generais. Para evitar um excesso de estrelas, suprimi o Cruzeiro do Sul do cantão e no quadrante oposto ordenei as estrelas segundo a patente: para almirante, marechal e marechal do ar cinco estrelas, alinhadas respectivamente em pentágono, aspa e cruz; para almirante de esquadra, general de exército e tenente-brigadeiro do ar quatro, respectivamente em cruz, quadrado e cruz; para vice-almirante, general de divisão e major-brigadeiro do ar três em triângulo; para contra-almirante, general de brigada e brigadeiro do ar, duas, uma ao lado da outra.

Propostas de bandeiras-insígnias para os oficiais superiores.
Propostas de bandeiras-insígnias para os oficiais superiores.

Enfim, as bandeiras dos oficiais superiores apresentam certa dificuldade, pois não é possível seguir aplicando o esquema das estrelas, tanto que a Marinha supera isso mudando a própria forma do pavilhão para trapezoidal ou triangular. Não obstante, como razoei na postagem de 29/12/2023, a heráldica oferece várias opções de diferença ou brisura que se podem perfeitamente transladar à vexilologia. Assim, para capitão de mar e guerra, coronel e coronel aviador proponho a bandeira das vinte e uma estrelas com o emblema no cantão e uma bordadura branca; para capitão de fragata, tenente-coronel e tenente-coronel aviador as vinte e uma estrelas brancas dentro de uma cruz azul, verde ou azul-celeste, esta sobre fundo branco e, no cantão, o emblema da mesma cor da cruz; para capitão de corveta, major e major aviador, um pano branco e, no cantão, a bandeira das vinte e uma estrelas com o emblema no seu cantão.

Todas essas bandeiras teriam a virtude de se divisarem bem tanto ao longe como de perto e assim com vento como sem vento, tudo obedecendo a um padrão que seria único das bandeiras militares brasileiras, graças à singularidade da nossa bandeira do Cruzeiro.

Um comentário:

  1. Anônimo6/1/24 19:41

    São redesenhos muito interessantes, principalmente pela proposta de padronização das três forças, parabéns! Te dou uma sugestão de redesenhar também as bandeiras insígnias das polícias e corpo de bombeiros, bem como os estandartes dos governadores estaduais.

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