Séries de postagens

22/06/21

A NOBREZA DE PORTUGAL (XXIV)

Armas das casas de Severim, Presno, Dom Henrique de Coimbra, Luís Álvares de Aveio, Estêvão Martins, Riba Fria e Diogo de Torres.

Os brasões a seguir não são de "famílias". Por exemplo, as armas dos Almeidas não são da "família Almeida". Pertencem, na verdade, a uma linhagem, neste caso à geração de Fernando Álvares de Almeida, alcaide-mor de Abrantes (1400), avô de Dom Lopo de Almeida, primeiro conde de Abrantes (1476). É por isso que o armorial nomeia a linhagem e especifica: "chefe". Esse chefe é o varão mais velho: só ele faz jus ao uso das armas direitas, cabendo aos cadetes diferençá-las. Assim, quando a varonia da casa de Abrantes se quebrou em 1633, as armas direitas dos Almeidas passaram ao primeiro conde de Avintes (1664), descendente de Dom Diogo de Almeida, prior do Crato e segundo filho de Dom Lopo de Almeida. Essas armas pertencem, portanto, ao pretendente à chefia da casa de Avintes. Contudo, é forçoso reconhecer que durante a maior parte da sua vigência só na aparência o sistema heráldico português funcionou com base em provas genealógicas, pois na realidade prevalecia a condescendência com a homofonia dos sobrenomes. Para detalhamentos, leiam-se as postagens sobre a heráldica gentilícia luso-brasileira.

Do Livro do Armeiro-Mor (1509):

Fólio 134v: Severim; Do Presno; Dom Frei Henrique, bispo de Ceuta; Luís Álvares de Aveio.
Fólio 134v: Sevirim; Do Presno; Dom Frei Hanrique, bispo de Ceta; Loís Álvarez d'Aveio.

Severim: Partido, o primeiro de prata com uma bordadura composta de prata e vermelho; o segundo de vermelho com duas palas de prata.

Do Presno: Faixado de ouro e azul de seis peças.

Dom Frei Henrique (de Coimbra), bispo de Ceuta: De púrpura com um cordeiro passante de prata, encerrado num cordão de São Francisco do mesmo, posto em orla.

Luís Álvares de Aveio: De azul com sete burelas requifadas de prata e um franco-quartel partido, o primeiro de vermelho com uma águia de duas cabeças de prata, bicada, membrada e coroada de ouro; o segundo de azul com uma cruz potenteia, cantonada de quatro cruzetas de ouro, cada uma encerrada num anelete, acompanhadas de quatro cruzetas, tudo de ouro.

Fólio 135r: Estêvão Martins, mestre-escola.
Fólio 135r: Estêvão Martinz, mestre-escola.

Estêvão Martins, mestre-escola: Partido, o primeiro dimidiado de ouro com uma águia de duas cabeças de negro, coroada de ouro; o segundo de vermelho com uma almarraxa gotada de prata.

O trabalho de João do Cró encerrou-se neste fólio.

Fólio 136r: De Riba Fria, chefe.
Fólio 136r: De Riba Fria, chefe.

De Riba Fria, chefe: Armas de solar conhecido, concedidas novamente por el-Rei, nosso Senhor, Dom João o III a Gaspar Gonçálvez de Riba Fria: um escudo de verde com ũa torre de prata sextavada, com as portas e frestas e lavrada de preto, cuberta em ponta xaquetada d'ouro e d'azul, entre duas estrelas d'ouro, com o pé metido em ágoa ondada de prata e azul. Elmo de prata aberto, guarnido d'ouro. Paquife de prata e de verde. E por timbre, um lião pardo d'azul com a língoa e armado d'ouro, com ũa das estrelas na espádoa. Ano de 1541.

Fólio 137r: Armas de Diogo de Torres.
Fólio 137r: Armas de Diogo de Torres.

Armas de Diogo de Torres: De vermelho com cinco torres de ouro. Armas confirmadas pelo rei Dom Sebastião a Afonso de Torres, filho do dito fidalgo, em 1560.

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