A NOBREZA DE PORTUGAL (XXIII)

Armas das casas de Correão, Rocha, Rego, Galhardo, Drago, Corbacho, Camelo, Tourinho, Diogo Cão, Lanções, Araújo, Monteiro, Gavião, Carrilho, Arrais, Barros, João Fernandes do Arco, Fagundes, Caiado de Gamboa e Dom João Lobo.

Os brasões a seguir não são de "famílias". Por exemplo, as armas dos Almeidas não são da "família Almeida". Pertencem, na verdade, a uma linhagem, neste caso à geração de Fernando Álvares de Almeida, alcaide-mor de Abrantes (1400), avô de Dom Lopo de Almeida, primeiro conde de Abrantes (1476). É por isso que o armorial nomeia a linhagem e especifica: "chefe". Esse chefe é o varão mais velho: só ele faz jus ao uso das armas direitas, cabendo aos cadetes diferençá-las. Assim, quando a varonia da casa de Abrantes se quebrou em 1633, as armas direitas dos Almeidas passaram ao primeiro conde de Avintes (1664), descendente de Dom Diogo de Almeida, prior do Crato e segundo filho de Dom Lopo de Almeida. Essas armas pertencem, portanto, ao pretendente à chefia da casa de Avintes. Contudo, é forçoso reconhecer que durante a maior parte da sua vigência só na aparência o sistema heráldico português funcionou com base em provas genealógicas, pois na realidade prevalecia a condescendência com a homofonia dos sobrenomes. Para detalhamentos, leiam-se as postagens sobre a heráldica gentilícia luso-brasileira.

Do Livro do Armeiro-Mor (1509):

Fólio 132r: Correãos, chefe; Rocha, chefe; Rego, chefe; Galhardos, chefe.

Correãos, chefe: De vermelho com uma águia de negro, bicada e membrada de ouro, e um escudete de ouro, fretado de vermelho, brocante.

Rocha, chefe: De prata com uma aspa de vermelho, cantonada de quatro vieiras de ouro e carregada de outra.

Rego, chefe: De verde com uma banda ondada de prata, carregada de três vieiras de ouro, postas no sentido da banda.

Galhardos, chefe: De vermelho com um leopardo de ouro, armado e lampassado de azul, acompanhado de uma flor de lis de ouro em chefe.

Fólio 132v: Dragos, chefe; Corvacho, chefe; Camelos, chefe; Tourinho, chefe.

Dragos, chefe: De vermelho com duas serpes de prata com as cabeças voltadas, lampassadas de azul, uma sobre a outra. Armas falantes (Drago ~ serpe/dragão).

Corbacho, chefe: De ouro com três corvos de negro. Armas falantes (Corbacho/Corvacho ~ corvo).

Camelos, chefe: De prata com três vieiras de azul.

Tourinho, chefe: De verde com um touro passante de vermelho, armado de prata e unhado de ouro. Armas falantes (Tourinho ~ touro) e a inquirir (cor sobre cor).

Fólio 133r: Diogo Cão; Lanções, chefe; Araúja, chefe; Monteiro, chefe.

Diogo Cão: De verde com dois padrões de prata, rematados por duas cruzes de azul e assentes em dois montes ao natural, firmados em ponta. Armas concedidas pelo rei Dom João II a esse navegador em 1484.

Lanções, chefe: De verde com cinco lanças de prata, hasteadas de ouro, postas em banda e alinhadas em barra.

Araújo, chefe: De prata com uma aspa de azul, carregada de cinco besantes de ouro.

Monteiro, chefe: De prata com três cornetas de negro, guarnecidas e embocadas de ouro, atadas de vermelho.

Fólio 133v: Gavião, chefe; Carrilhos, chefe; Arráezes, chefe; Barros, chefe.

Gavião, chefe: De azul com cinco gaviões de sua cor. Armas falantes (Gavião ~ gavião).

Carrilhos, chefe: De azul com cinco flores de lis de ouro.

Arraises, chefe: De ouro com nove folhas de golfão de ouro.

Barros, chefe: De vermelho com três bandas cosidas de azul, acompanhadas de nove estrelas de seis raios de prata, postas uma, três, três, duas.

Fólio 134r: João Fernândez do Arco; Fagúndez, chefe; Gamboa, chefe; Dom João, bispo de Tânger.

João Fernandes do Arco: De ouro com um sagitário voltado ao natural. Armas concedidas pelo rei Dom João II a esse fidalgo em 1485.

Fagundes, chefe: De prata com cinco chaves de azul.

(Caiado de) Gamboa, chefe: De vermelho com um casco de prata, guarnecido de ouro, posto de frente e sustido por um lobo de sua cor e um lebréu de prata, coleirado de ouro; chefe cosido de verde, carregado de três folhas de golfão de azul.

Dom João (Lobo), bispo de Tânger: De prata com cinco lobos passantes de sua cor e um franco-cantão de vermelho, carregado de um castelo de ouro. Armas concedidas pelo rei Dom Manuel I a esse antístite em 1506.