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17/05/21

A NOBREZA DE PORTUGAL (VI)

Armas das casas de Sá, Lemos, Ribeiro, Cabral, Cerveira, Miranda, Silveira, Falcão, Goios e Góis.

Os brasões a seguir não são de "famílias". Por exemplo, as armas dos Almeidas não são da "família Almeida". Pertencem, na verdade, a uma linhagem, neste caso à geração de Fernando Álvares de Almeida, alcaide-mor de Abrantes (1400), avô de Dom Lopo de Almeida, primeiro conde de Abrantes (1476). É por isso que o armorial nomeia a linhagem e especifica: "chefe". Esse chefe é o varão mais velho: só ele faz jus ao uso das armas direitas, cabendo aos cadetes diferençá-las. Assim, quando a varonia da casa de Abrantes se quebrou em 1633, as armas direitas dos Almeidas passaram ao primeiro conde de Avintes (1664), descendente de Dom Diogo de Almeida, prior do Crato e segundo filho de Dom Lopo de Almeida. Essas armas pertencem, portanto, ao pretendente à chefia da casa de Avintes. Contudo, é forçoso reconhecer que durante a maior parte da sua vigência só na aparência o sistema heráldico português funcionou com base em provas genealógicas, pois na realidade prevalecia a condescendência com a homofonia dos sobrenomes. Para detalhamentos, leiam-se as postagens sobre a heráldica gentilícia luso-brasileira.

Do Livro do Armeiro-Mor (1509):

Fólio 65r: Sá, chefe.
Fólio 65r: Sá, chefe.

Sá, chefe: Xadrezado de prata e azul de cinco peças em faixa e seis em pala.

Fólio 65v: Lemos, chefe.
Fólio 65v: Lemos, chefe.

Lemos, chefe: De vermelho com cinco cadernas de crescentes de ouro.

Fólio 66r: Ribeiro, chefe.
Fólio 66r: Ribeiro, chefe.

Ribeiro, chefe: Esquartelado, o primeiro e quarto de ouro com três faixas de vermelho; o segundo e terceiro de negro com três faixas veiradas de prata e vermelho. As armas do segundo e terceiro quartéis são dos Vasconcelos.

Fólio 66v: Cabral, chefe.
Fólio 66v: Cabral, chefe.

Cabral, chefe: De prata com duas cabras passantes de púrpura, uma sobre a outra. Armas falantes (Cabral ~ cabra).

Fólio 67r: Cerveira, chefe.
Fólio 67r: Cerveira, chefe.

Cerveira, chefe: Esquartelado, o primeiro e quarto de vermelho com uma cruz florenciada de ouro, vazia do campo, e uma bordadura de prata, carregada de doze escudetes de azul, sobrecarregados de cinco besantes de prata; o segundo e terceiro de prata com duas cervas passantes de púrpura. As armas primitivas (e falantes: Cerveira ~ cerva) dos Cerveiras são as do segundo e terceiro quartéis com a bordadura do primeiro e quarto.

Fólio 67v: Miranda, chefe.
Fólio 67v: Miranda, chefe.

Miranda, chefe: De ouro com uma aspa de vermelho, cantonada de quatro flores de lis de verde.

Fólio 68r: Silveira, chefe.
Fólio 68r: Silveira, chefe.

Silveira, chefe: De prata com três faixas de vermelho.

Fólio 68v: Falcão, chefe.
Fólio 68v: Falcão, chefe.

Falcão, chefe: De azul com três bordões de prata, alinhados em faixa.

Fólio 69r: Goios, chefe.
Fólio 69r: Goios, chefe.

Goios, chefe: De prata com três mosquetas de negro, alinhadas em faixa; chefe partido, o primeiro de vermelho com um castelo de ouro (Castela); o segundo de ouro com quatro palas de vermelho (Aragão). Talvez o chefe se deva ao serviço de Martim Vasques de Góis ao rei Pedro I de Castela na guerra contra o rei Pedro o Cerimonioso de Aragão, pois essa linhagem descende de seu filho, Nuno Martins de Goios.

Fólio 69v: Góis, chefe.
Fólio 69v: Goes, chefe.

Góis, chefe: De azul com seis cadernas de crescentes de prata.

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