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01/12/22

BICENTENÁRIO DA COROAÇÃO DE DOM PEDRO I: A CERIMÔNIA

A necessidade de celebrar a aclamação o mais depressa levou a adiar a pompa monárquica para uma cerimônia de sagração e coroação.

Há duzentos anos, Dom Pedro I foi sagrado e coroado imperador do Brasil. Na verdade, o seu império começou em 12 de outubro de 1822, quando o Senado da Câmara do Rio de Janeiro e os procuradores das câmaras da província homônima o aclamaram. As demais câmaras do país foram-no fazendo no tempo que a distância e a comunicação propiciaram. Ainda assim, Salvador permaneceu sob ocupação portuguesa até o memorável 2 de julho de 1823. Como eu disse na postagem de 12/10, a conjuntura orientava que não se postergasse a aclamação e, por isso, foi celebrada de forma simplicíssima.

A coroação de Dom Pedro I, pintura de Jean-Baptiste Debret (1828), pertencente ao acervo do Palácio Itamaraty (imagem disponível no portal do Ministério das Relações Exteriores).
A coroação de Dom Pedro I, pintura de Jean-Baptiste Debret (1828), pertencente ao acervo do Palácio Itamaraty. Observe-se que há dois estandartes na cena: mais à frente e à esquerda o imperial, empunhado pelo alferes-mor, e mais ao fundo e ao centro o da câmara carioca, que tremulara na aclamação (imagem disponível no portal do Ministério das Relações Exteriores).

Entende-se, pois, que a pouca majestade da aclamação tenha levado à celebração de uma sagração e coroação, ainda que ao arrepio da tradição portuguesa, se bem que se escolheu o dia 1.º de dezembro, o mesmo em que Dom João IV foi aclamado rei em 1640, restaurando a independência de Portugal, novamente vinculando a separação do Brasil às façanhas da Casa de Bragança. Por isso mesmo, é admirável que, não só à falta das insígnias monárquicas concretas, mas também de um cerimonial nativo, se tenha conseguido celebrar uma cerimônia satisfatória sob qualquer aspecto dentro de tão pouco tempo: o anexo à Decisão n.º 138, de 20 de novembro, demonstra que então a comissão encarregada já o tinha elaborado (vide coleção das leis de 1822). Isso foi possível graças ao senso prático de aproveitar com equilíbrio o que estava disponível mais a tradição e inovar no que fosse necessário.

Com efeito, para a liturgia adotou-se a celebração De benedictione et coronatione Regis, disponível no Pontificale Romanum (edição de 1752, sob Bento XIV), isto é, o livro que contém as celebrações que devem ser presididas por um bispo. A ela apendeu-se uma cerimônia civil que claramente recobrou os atos da tradição portuguesa da aclamação que se tinham omitido em 12 de outubro. E em tudo operaram-se adaptações, seja porque a dignidade não era a de rei, mas a de imperador, seja porque era preciso elidir o que remetesse ao Antigo Regime.

Centro Cultural Paço Imperial, Rio de Janeiro. A restauração de 1985 devolveu-lhe o estilo colonial original (imagem disponível no portal do IPHAN).
Centro Cultural Paço Imperial, Rio de Janeiro. A restauração de 1985 devolveu-lhe o estilo colonial original (imagem disponível no portal do IPHAN).

A sagração e coroação de Dom Pedro I tiveram lugar na Igreja da Sé e Capela Imperial (hoje Antiga Sé), mas a cerimônia começou e acabou no Paço Imperial (hoje Centro Cultural Paço Imperial). Além das condignas decorações desses edifícios, no entorno montou-se o que chamamos hoje de esquema de segurança: fechamento de certas vias, desvio do tráfego por outras e policiamento das entradas e saídas.

Insígnias imperiais de Dom Pedro I. Desenho de Jean-Baptiste Debret e litografia de Thierry Frères, 1839 (imagem disponível na Biblioteca Nacional Digital).
Insígnias imperiais de Dom Pedro I. Desenho de Jean-Baptiste Debret e litografia de Thierry Frères, 1839 (imagem disponível na Biblioteca Nacional Digital).

O cortejo saiu do paço por volta das dez horas da manhã. Um guarda dos archeiros encabeçava-o e atrás dele os timbaleiros e charamelas; seguiam-nos alas de pessoas de alta categoria; os oficiais de armas; os moços da Câmara, os oficiais da Casa e os ajudantes do mestre de cerimônias; alas dos cortesãos, entre as quais os portadores das insígnias imperiais, a saber:

  • O Cônego Antônio Vieira da Soledade, procurador-geral (1) do Rio Grande do Sul, e Manuel Clemente de Cavalcanti Albuquerque, procurador-geral da Paraíba, traziam a espada, o bastão e as luvas;
  • Manuel Ferreira da Câmara, procurador-geral de Minas Gerais, e Lucas José Obes, procurador-geral da Cisplatina, traziam o manto;
  • Antônio Rodrigues Veloso de Oliveira, procurador-geral de São Paulo, trazia o cetro;
  • José Mariano de Azeredo Coutinho, procurador-geral do Rio de Janeiro, trazia a coroa.

Atrás das insígnias ia José Egídio Álvares de Almeida, barão de Santo Amaro e mestre de cerimônias. Vinha, então o imperador sob um pálio de oito varas, sustentadas por procuradores e membros das juntas de governo provisório, a saber:

  • A primeira direita, por Manuel Martins do Couto Reis, procurador-geral de São Paulo;
  • a primeira esquerda, por Estêvão Ribeiro de Resende, procurador-geral de Minas Gerais e depois marquês de Valença;
  • a segunda direita, por José Vieira de Matos, procurador-geral do Espírito Santo;
  • a segunda esquerda, por José Antônio dos Santos Xavier, procurador da Câmara do Rio de Janeiro;
  • a terceira direita, por Francisco Gomes Brandão Montezuma, procurador do Conselho Interino de Governo da Bahia e depois visconde de Jequitinhonha;
  • a terceira esquerda, por João de Bittencourt Pereira, deputado da Junta de Governo Provisório de Santa Catarina;
  • a quarta direita, por José de Sousa e Melo, deputado da Junta de Governo Provisório de Alagoas;
  • a quarta esquerda, por José Francisco de Andrada e Almeida Monjardim, deputado da Junta de Governo Provisório do Espírito Santo.

Aos lados do pálio iam Manuel Inácio de Andrade, barão de Itanhaém e alferes-mor, com o estandarte imperial enrolado; Francisco de Assis Mascarenhas, conde da Palma e condestável, com o estoque em riste; José Bonifácio de Andrada e Silva, mordomo-mor; Francisco da Costa de Sousa de Macedo, camarista e depois marquês da Cunha, e João José de Andrade Pinto, capitão da Guarda, todos pela direita; Pedro Dias Pais Leme, barão de São João Marcos e camareiro-mor, e Luís de Saldanha da Gama, reposteiro-mor e depois marquês de Taubaté, pela esquerda (2). Atrás do pálio seguia o Senado da Câmara do Rio de Janeiro e, fechando o cortejo, um guarda dos archeiros, os quais também flanqueavam a Corte e o pálio.

Tendo o cortejo atravessado o Largo do Paço (hoje Praça XV de Novembroao longo de uma teia especialmente preparada, os archeiros que vieram adiante formaram-se a um lado e ao outro da Capela Imperial, por fora, e à porta foi recebido o imperador pelo clero: Dom José Caetano da Silva Coutinho, bispo do Rio de Janeiro, capelão-mor e celebrante; Dom Frei José da Santíssima Trindade, bispo de Mariana; o bispo de Kerman (3) e o cabido da catedral carioca. Após a aspersão, todos se encaminharam à Capela do Santíssimo Sacramento para fazer uma oração.

Moeda de 6.400 réis conhecida como peça da coroação.
Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, Rio de Janeiro. Ao contrário do exterior, muito alterado sob o pastoreio do Cardeal Arcoverde (1897-1930), o interior preserva o estilo rococó original, do fim do século XVIII (imagem disponível na Wikimedia Commons).

Dentro da igreja, os timbaleiros e charamelas ficaram junto à porta, por dentro; os archeiros que tinham flanqueado o cortejo formaram duas alas rente à nave e nela a Corte tomou assento do lado do Evangelho e o Senado da Câmara e os procuradores do lado da Epístola, uns defronte aos outros (4). O manto foi levado para a sacristia, reservada ao imperador como camarim, e as demais insígnias imperiais foram depositadas na capela-mor: a coroa, o cetro e a espada sobre o altar; o bastão e as luvas sobre uma credência do lado da Epístola, a qual também sustinha o vaso da oferenda e estava sob a guarda do esmoler-mor e do copeiro-menor. Os oficiais de armas puseram-se à entrada da capela-mor, do lado da Epístola. As tribunas foram ocupadas a convite do monarca.

Feita a oração perante o Santíssimo Sacramento, o imperador endereçou-se à capela-mor, caminhando devagar para que os bispos se adiantassem até os seus lugares no presbitério. Seguiram-no pelo lado do Evangelho o mestre de cerimônias, o camareiro-mor, o camarista, o ministro da Justiça e o capitão da Guarda; pelo lado da Epístola o condestável, o mordomo-mor e o reposteiro-mor. Obedecendo à mesma ordem, esses oficiais também o acompanhavam sempre que andava, exceto o ministro da Justiça.

Na capela-mor, o imperador parou entre os bispos assistentes e diante do celebrante. O bispo de Mariana iniciou a liturgia postulando-o em nome da igreja ao celebrante para que este o alçasse à dignidade imperial. Ele perguntou-lhe, então, se o postulante era idôneo e após a resposta afirmativa deu graças a Deus. O imperador sentou-se numa cadeira que o reposteiro-mor lhe achegara e ouviu a admoestação que começa Cum hodie, após a qual se lhe retirou a cadeira para que, ajoelhado sobre uma almofada, prestasse o juramento litúrgico, que lhe leu Caetano Pinto de Miranda Montenegro, ministro da Justiça e depois marquês de Vila Real da Praia Grande, e rematou com ambas as mãos sobre o evangeliário, dizendo "Sic me Deus adjuvet et hæc sancta Dei Evangelia". A oração que começa Omnipotens sempiterne Deus concluiu a primeira parte.

Para a sagração, o imperador recolheu-se ao seu camarim, onde vestiu uma camisa apropriada à cerimônia. Tendo retornado à capela-mor, prostrou-se sobre uma alcatifa e almofadas ante o altar e nessa posição ouviu a ladainha de todos os santos e algumas preces. Após a oração que começa Actiones nostras, quæsumus, Domine, levantou-se e o reposteiro-mor retirou as almofadas e pôs outra, sobre a qual o imperador se ajoelhou para receber as unções. O camarista desatou, então, os cordões da camisa e pelas aberturas o celebrante ungiu os braços e o peito do imperador, dizendo a oração que começa Deus, Dei Filius. O presbítero assistente limpou as unções com algodão e o camarista reatou os cordões, mas o imperador permaneceu de joelhos até o fim da oração que começa Omnipotens sempiterne Deus, qui Hazael, a qual concluiu a segunda parte.

Sagrado, o imperador recolheu-se outra vez ao camarim, de onde voltou revestido do manto imperial, cuja cauda o camareiro-mor sustentava sempre que o monarca andava e a soltava quando ele parava. Subiu, então, o estrado do trono e em pé ouviu a missa até o penúltimo verso do gradual (5). Esse estrado foi montado junto à parede da capela-mor do lado do Evangelho e no seu ângulo direito estava a cadeira rasa do condestável, detrás de quem se postou em pé o capitão da Guarda. As cadeiras rasas dos demais oficiais — mordomo-mor, camareiro-mor, camarista, reposteiro-mor, ministro da Justiça e mestre de cerimônias — alinhavam-se ao longo do estrado. O alferes-mor ficou defronte ao trono, ao lado do esmoler-mor. Acima, na tribuna, estavam a imperatriz Dona Leopoldina e a princesa Dona Maria da Glória.

Quando o coro acabou o dito verso, o imperador desceu e andou até o presbitério, à entrada do qual os bispos assistentes o receberam e o levaram aos pés do celebrante, onde o reposteiro-mor acomodou a almofada para que se ajoelhasse. O celebrante entregou primeiro a espada desembainhada ao imperador, dizendo a oração que começa Accipe gladium, e em seguida o diácono que a trouxera do altar a embainhou e o celebrante cingiu com ela o imperador, dizendo a oração que começa Accingere gladio tuo. Então o imperador se levantou, sacou a espada, a brandiu, novamente a embainhou e se ajoelhou. Depois o celebrante tomou a coroa do altar e, com a ajuda dos bispos assistentes, a pôs sobre a cabeça do imperador, dizendo a oração que começa Accipe coronam imperii. Finalmente, o diácono trouxe o cetro, que o celebrante entregou ao imperador dizendo a oração que começa Accipe virgam virtutis. Em completa pompa, o celebrante com o bispo de Mariana conduziu o imperador até o alto do estrado e o entronizou, dizendo a oração que começa Sta et retine, depois da qual depôs a mitra, se virou para o altar e entoou o hino Te Deum, que o coro prosseguiu e todos ouviram em pé, salvo o monarca. As preces e orações que se fazem após esse hino concluíram a terceira parte.

Moeda de 6.400 réis conhecida como peça da coroação. Exemplar do Museu da Casa da Moeda de Portugal (imagem disponível no Collect Prime).
Moeda de 6.400 réis conhecida como peça da coroação. Exemplar do Museu da Casa da Moeda de Portugal (imagem disponível no Collect Prime).

Continuou o celebrante a missa, mas o sermão foi proferido pelo pregador Frei Francisco de Sampaio, que tomou por tema 1 Reis, 1, 34. No momento do ofertório, Frei Severino de Santo Antônio, esmoler-mor, tomou o vaso da oferenda e, acompanhado de Joaquim José de Magalhães Coutinho, copeiro-menor, precederam o imperador, que desceu do trono, caminhou até o altar e diante dele sobre almofada se ajoelhou. Então o camarista lhe tirou a coroa e o esmoler-mor lhe entregou a oferenda, que ele apresentou ao celebrante. Eram moedas de ouro do novíssimo cunho nacional. Em seguida, retomou a coroa e voltou ao trono, mas o camarista lha tirou mais duas vezes: nos momentos da elevação e da comunhão. Coube ao bispo de Mariana dar-lhe o abraço da paz e ao celebrante ministrar-lhe a eucaristia, a qual recebeu no primeiro degrau do altar, onde se ajoelhara. Daí se recolheu ao trono para fazer a sua ação de graças. Com o fim da missa acabou a celebração constante do Pontificale Romanum.

Dom Pedro I na pompa imperial. Desenho de Jean-Baptiste Debret e litografia de Thierry Frères, 1839 (imagem disponível na Biblioteca Nacional Digital).
Dom Pedro I na pompa imperial. Desenho de Jean-Baptiste Debret e litografia de Thierry Frères, 1839 (imagem disponível na Biblioteca Nacional Digital).

Não obstante, permanecendo o imperador na sua pompa, estendeu-se uma quinta e derradeira parte: o juramento civil. Para tanto, o reposteiro-mor pôs uma mesinha aos pés do imperador, um tanto afastada à direita, e sobre ela o livro dos Evangelhos. Subiu aí o ministro da Justiça e leu o dito juramento:

Ego, Petrus Primus, Deo annuente unanimique populi voluntate factus Brasiliæ Imperator ac etiam ejusdem Defensor Perpetuus, profiteor ac promitto Religionem Catholicam Apostolicam Romanam observare et sustinere; promitto Imperii leges observare, easque sustinere juxta ordinem constitutionalem; promitto Imperii integritatem, totis viribus defendere ac conservare. Sic me Deus adjuvet et hæc sancta Dei Evangelia. (6)

Quatro archeiros, os oficiais de armas e o alferes-mor saíram e subiram à pequena varanda no adro da igreja. Félix José da Silva, rei de armas do Império, bradou o "Ouvide! Ouvide! Ouvide! Estai atentos!" e o alferes-mor, desenrolando o estandarte imperial, aclamou: "O muito Augusto Imperador Pedro I, Imperador Constitucional, Perpétuo Defensor do Império do Brasil, está coroado e entronizado. Viva o Imperador!". Em seguida, a queima de uma girândola deu o sinal para os repiques dos sinos e as salvas de artilharia.

Enquanto isso, o ministro da Justiça leu o juramento que os procuradores-gerais das províncias, o Senado da Câmara do Rio de Janeiro e os procuradores das demais câmaras deviam prestar:

Por nós e em nome do povo que representamos, juramos observar e guardar a nossa Santa Religião Católica Apostólica Romana; juramos obediência às leis; juramos obedecer ao nosso legítimo Imperador Constitucional e Perpétuo Defensor do Império do Brasil, Pedro Primeiro, e da mesma maneira reconhecer como tais todos os seus sucessores e da sua dinastia, na forma da sucessão que for regulada pela Constituição do Império. (5)

Cada um subiu o estrado, se ajoelhou, com a mão direita sobre o Evangelho disse "Assim o juro", se levantou e fez duas reverências ao imperador, uma aí e a outra no pavimento ao pé do estrado.

Prestado o derradeiro juramento, o clero agregou-se ao cortejo de volta ao paço. Na Sala do Trono, o ministro da Justiça leu a ata do juramento do imperador, que a assinou, e o presidente da câmara carioca leu a ata do seu juramento, que assinou com o seu senado e os procuradores na Sala do Dossel. Uma salva de artilharia marcou o encerramento da cerimônia.

Notas:
(1) O termo procurador referia a um delegado: os procuradores-gerais eram os delegados das províncias brasileiras no conselho que Dom Pedro criou pelo Decreto de 16 de fevereiro de 1821; os procuradores das câmaras municipais eram os delegados que as representavam em missão.
(2) Os ofícios da Casa Imperial foram providos ad hoc, como o atesta o suplemento ao n.º 145 da Gazeta do Rio.
(3) Não consta em nenhum lugar o nome desse bispo. Kerman é uma cidade do Irã, o que supõe um título episcopal in partibus, mas nem está na lista das dioceses titulares nem havia nenhum bispo auxiliar no Brasil em 1822. Na pintura de Debret veem-se seis prelados de mitra, talvez sete. Licença poética ou terão sido abades mitrados? Ora, é muito duvidoso que no Rio de Janeiro à data estivesse presente mais algum bispo além do celebrante e do assistente conhecido, isto é, o de Mariana, pois se sabe que os demais das dioceses e prelazias brasileiras (Salvador, São Luís, Belém, São Paulo, Goiás e Cuiabá; a sé de Olinda estava vacante) não estavam. Cumpre notar, porém, que o Pontificale Romanum prescreve três bispos para a celebração, o que dá lugar a especular se esse bispo de Kerman existiu.
(4) Assim como na heráldica se simula um cavaleiro detrás do escudo ao se dizer destra e sinistra pela esquerda e direita do observador, na igreja o lado do Evangelho é o direito de quem no presbitério olha para a assembleia e o lado da Epístola, o esquerdo, ou, o que vale o mesmo, a esquerda e direita do observador que na entrada principal se volta para o altar-mor.
(5) Na missa tridentina, o gradual são dois ou três versículos de um salmo que são cantados ou rezados após a leitura da epístola, análogo ao salmo responsorial na missa paulina.
(6) "Eu, Pedro Primeiro, pela graça de Deus e unânime vontade do povo feito Imperador do Brasil e seu Defensor Perpétuo, juro observar e manter a Religião Católica Apostólica Romana; juro observar e fazer observar constitucionalmente as leis do Império; juro defender e conservar com todas as minhas forças a sua integridade. Assim Deus me ajude e por estes Santos Evangelhos." (texto latino e tradução constantes da Decisão n.º 146, de 27 de novembro de 1822, bem como o juramento dos procuradores)

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