O timbre é uma figura que se põe acima do escudo.
A coroa e o coronel: convenções das armarias ibéricas. |
Em francês, o timbre difere do cimier; em português, embora tenhamos a palavra cimeira, não costumamos usá-la. O timbre propriamente dito marca a dignidade do armígero. Como o escudo reflete alegoricamente o corpo do cavaleiro, esse timbre consiste habitualmente em algo que cobre a cabeça. Assim, o elmo distingue a nobreza e a realeza; o coronel, os títulos; a coroa, o monarca e sua casa; o galero, o clero; a coroa mural, as povoações; etc. Cada um apresenta uma série de minúcias que não cabe nesta síntese.
O timbre: exemplo das armas de Duarte Coelho segundo a carta de brasão de 1545. |
Como cimeira, o timbre é um emblema adicional, geralmente uma figura tirada das próprias armas, mas não necessariamente. Na heráldica gentilícia portuguesa e brasileira, ambos os tipos de timbre tornaram-se muito regulares. O arranjo clássico dita que primeiro se põe o elmo, do qual pende o paquife, um pano esvoaçante que, por ser retalhado, acabou tomando a feição de folhagens e é iluminado do metal e da cor que predominam nas armas. Se o brasão pertence ao monarca ou a um membro de sua família, o paquife é afixado pela coroa correspondente, que cinge o elmo; se a um nobre titulado, pelo coronel correspondente; se a um fidalgo, pelo virol, que é outro pano, este enroscado como uma rodilha, do mesmo metal e da mesma cor que o paquife. Da coroa, coronel ou virol sai ou aí se assenta o timbre ('cimeira').
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